sábado, dezembro 30, 2006

AINDA A TEMPO

COMPLEMENTO

Complemento da crónica “Em dia de aniversário”de Julho de 2006, que se destina a elucidar os leitores que, por telefone ou e-mail, manifestaram o desejo de saber quantos Verões passaram por mim. Aqui fica, pois, o número
exacto.

80 - 75 - 60
Todos nós temos três idades: a idade que está no B. I., a idade que aparentamos e a idade que sentimos. Esta última é, sem dúvida, a mais verdadeira, aquela de que devemos servir-nos para continuar a caminhada. Seguindo esse raciocínio, são necessários três números para nos definir. Por exemplo, quanto a mim, considero-me um 80-75-60!
Descodificando: do primeiro número, atribuo metade a cada perna; o setenta e cinco, – que é geralmente o número com que os meus amigos me presenteiam de vez em quando – penduro-o no espelho só para me divertir com o outro “senhor” careca e de cara enrugada, que a lâmina de vidro polida reflecte; o último número, o sessenta, é o que se sobrepõe aos outros dois. É o “combatente” aquele que, sempre vigilante tenta impedir que o primeiro, o mais gordo, – o 80 – me esmague sob o seu peso!
E é assim com esta espécie de triângulo numérico às costas que continuo a fazer o meu dia-a-dia. Evidentemente que para pôr em prática esta “filosofia” é necessária a ajuda de vários factores: saúde, tolerância, paz interior, humildade, boa disposição e, sobretudo muita Fé!
Li há dias num texto de um escritor italiano que a velhice seria o calvário da vida. Concordei em parte, pois chegar a velho sem saúde, sem ninguém que olhe por nós e entregue apenas à solidão, deve ser, de facto, um enorme e triste calvário!
Pelo contrário, ter a sorte de envelhecer com saúde, com a família por perto e os amigos em redor, é um bênção de Deus.
É certo que quando olho os lugares vazios dos familiares ou dos amigos que partiram, há sempre uma dor pungente que me invade. O coração bate mais forte, mas apenas por uns momentos.
Depois, estranhamente, tranquiliza-se e parece conformar-se perante a inexorável lei da vida. À dor que me invade nesses instantes ora se sucedem recordações e saudade, ora me agitam sonhos de esperança que me transportam para longe – uma viagem em que o mistério do tempo tanto me acusa como me reconcilia com Deus.
E então é a Ele que me entrego. É a Ele que peço perdão pelos momentos em que a revolta me dominou e me fez esquecer a Sua infinita bondade. E é a Ele que agradeço tudo aquilo que me tem dado até hoje: alegrias, tristezas, sofrimentos e sobretudo o dom da fé – essa força invencível que faz cantar os mártires na morte…
Divaguei, e fugi do assunto. Vou parar por aqui, porque os dois últimos conjuntos de algarismos começam já a discutir e podem zangar-se, abalar, e deixar o 80 a falar sozinho….



quinta-feira, dezembro 21, 2006

Recordações

La bohème

«Je vous parle d'un temps
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue…»
Charles Aznavour

sábado, dezembro 09, 2006

Chansons de ma jeunesse

LE PORNOGRAPHE
«Autrefois, quand j'étais marmot,
J'avais la phobie des gros mots
Et si j'pensais « merde » tout bas,
Je ne le disais pas
Mais, aujourd'hui que mon gagne-pain,
C'est d'parler comme un turlupin
Je n'pense plus « merde », pardi,
Mais je le dis
J'suis l'pornographe,
Du phonographe
Le polisson,
De la chanson…»

Georges Brassens

terça-feira, dezembro 05, 2006

O sermão

Un aumônier militaire s'adresse un jour à ses ouailles et leur tient un sermon sur le Paradis :Soko è kumi le temps du Jugement Dernier, Saint-Pierre accompagné na ba trompettes thébaines, "taratatââta, taratatââta, taratatââta..." , armé de machete monènè a ko loba na bango, les anges mabè, na matata mpenza : " Attatio ! Kenda à la gauche du Père, na kati-kati na ba les enfers. Enfer, azali moto mingui, azali fange boueuse na potopoto tÎÎî...". A ko loba na ba les anges malamu, na sourire monènè : " Kenda à la droite du Père, na kati-kati na ba le Paradis. Paradi azali félicité suprême...Mwasi kitoko ! Mossala azali tè !" .Bo oki nyonso ?- Hèèè...

domingo, dezembro 03, 2006

Manhã de Domingo

Nas asas do vento

Neste dia de chuva e vento
Deixei ir o meu pensamento
Em romagem de saudade…

Voltou com um saco de lembranças
Onde havia risos de crianças
E recordações da mocidade.

Abri meu saco com jeito
E depois contra meu peito
(Esquecendo o meu destino)
Acalentei as quimeras
Doutros tempos, doutras eras
Sonhando qu’ era menino!

sábado, dezembro 02, 2006

Sábado à tarde

Um sábado de Outono. Choram as nuvens e as gotas de água caem de mansinho. Não está muito frio, mas apetece acender a lareira, olhar a chama e ouvir o crepitar inconfundível dos troncos!
O chão do quintal está atapetado de folhas de várias cores, algumas já em decomposição, escorregadias, confundindo-se com a terra. As árvores, de braços erguidos, quase nuas, sem folhas, anunciam já o Inverno próximo.
As duas serras – a do Caramulo e a da Estrela olham-se como duas rivais – a primeira com os seus variados tons verdes; a segunda mostrando o seu manto branco que a neve lhe emprestou.
Aquém e além o fumo das chaminés mistura-se com pedaços de nuvens baixas que viajam no espaço. A aldeia parece dormir e não fosse a pequenez dos dias e o “comprimento” das noites, dir-se-ia que era por causa da sesta!...
Não há flores no jardim. Só o vermelho das bagas do azevinho contrasta com o cinzento-escuro do tapete do caminho. Silêncio! Nem a passarada se mostra. Desapareceram os melros, as rolas, e só os pardais, de vez em quando, cruzam o céu.
Subo ao terraço e olho em direcção à Estrela. Um manto branco já não deixa ver a neve. Sopra uma brisa fresca. Olho o tanque, em baixo, cheio de água, e aumenta a sensação de frio. A chuva cai agora com mais intensidade… Desço, e a resolução está tomada: a lareira…

No começo do mês

Continuo a ler Jean Guiton e não resisto a traduzir, para aqueles que, eventualmente, possam vir a ler, uma passagem que julgo conter uma mensagem que nos conduz a uma profunda meditação…
«(…) Hoje, o que está mais em perigo são as amarras que antigamente faziam a ligação do espírito às coisas, do homem à Natureza, do filho à mãe, do cidadão à Pátria, dos exercícios do espírito à verdadeira existência; o País, a terra, a religião adaptada aos tempos, enfim, a incarnação sob todas as espécies e formas. E as virtudes…
Não a virtude, essa palavra oca, muitas vezes hipócrita, mas todos os esforços em que o belo, o bem e o verdadeiro se juntam criando a harmonia entre os seres e as coisas. Tudo tem tendência a desaparecer: tudo o que é refúgio, íntimo, socorro, asilo, floresta, arvoredo… Não há paz, mas excessos que se sucedem e se compensam. O respeito, o pudor, a medida, a simplicidade, estão em vias de extinção… (…) Tudo mudou. Passámos da civilização escrita à da imagem, ainda que a escrita continua a ser a expressão fundamental do pensamento… (…)»

quinta-feira, novembro 23, 2006

A MINHA ÁFRICA

Ao recomeçar pela terceira vez
(1966)

Homem que cresceste
Sem nunca seres menino,
- Porque já nasceste
Com esse destino –
Não deixes morrer
Agora,
Ao anoitecer,
A esp’rança d’outrora!

Homem que cresceste
Sozinho
E nunca tiveste
Carinho,
Não percas agora,
No fim da viagem,
A tua coragem!

Homem que cresceste
A labutar.
Homem que soubeste
Esperar com alento,
(Sem um queixume,
Sem um lamento)
Que a vida te sorrisse…

Se foste homem já em pequenino
Continua a sê-lo até à morte
Continua sozinho
Mesmo velhinho,
A desafiar a tua sorte!

Se sorriste sempre na tormenta
Que dentro de ti sempre ecoou
E se teu coração ainda acalenta
A espr’ança que sempre o habitou,
Tem confiança,
Porque em criança,
Foi ela sempre que te guiou!...

Kinshasa 1966

quarta-feira, novembro 22, 2006

A MINHA ÁFRICA -(excerto4)

A segunda fuga

(...) Voltando ao voo Bansankusu-Kinshasa, dizia eu que o avião tinha baixado e que era possível, lá do alto, distinguir as cabanas das aldeias e ver o fumo que delas saía. Entre os passageiros encontravam-se missionários, freiras e outros civis, homens e mulheres. Já quase a chegar ao destino, um dos motores começou a "tossir", fez-se silêncio no interior do aparelho e um padre, desapertou o cinto de segurança, ajoelhou-se e começou a rezar... Ao contrário do que acontece hoje em quase todos os voos, nesse tempo e nas linhas aéreas do interior do Congo, não havia hospedeiras. Geralmente eram três os membros da tripulação – o piloto, um co-piloto (às vezes) e um mecânico. Por isso nesse momento de inquietação, não houve ninguém que viesse tranquilizar ou explicar o que se passava. Cada qual podia fazer a sua avaliação pessoal. Assim aconteceu e quase poderia garantir que não houve propriamente pânico. Depois de sair do inferno... é difícil ter-se medo... Entretanto, e com a hélice do motor direito "em bandeira", o avião adernou um pouco e foi baixando, baixando... e de repente o asfalto da pista à vista! Dois ou três solavancos, uma pequena derrapagem, uns ziguezagues e, por fim o deslizar sereno do avião em direcção à aerogare.
Como já o disse os pilotos eram experientes, mas acrescente-se que durante a minha permanência de 30 anos não se registou qualquer acidente com os aviões apesar dos rudimentares, podíamos mesmo dizer "artesanais", meios de navegação aérea. Muitos sustos é verdade, mas sem consequências de maior. Em viagens do interior para a capital ou vice-versa, quando passávamos a linha do Equador, raro era o voo em que não houvesse que contar. Muitas vezes era tal turbulência e os poços de ar, que todos os passageiros emudeciam. As trovoadas e as tempestades tropicais com chuvas intensas eram tão fortes, que o comportamento do avião era o de uma cadeira de montanha russa!... Muitas vezes, a chuva, juntava-se a nós, entrando pelas minúsculas frinchas das velhas carlingas...
De vez em quando o avião era desviado da sua rota porque era necessário ir buscar um doente a uma Plantação perdida na floresta e então aterrávamos em pistas cobertas de capim e era um "espectáculo" estranho ver as asas do bimotor a ceifar as ervas que encontrava na pista. Sucedia que os passageiros não eram informados da alteração da rota e podem adivinhar a sensação de medo quando se acendiam as luzes para apertarmos os cintos e de repente, pelas janelas, víamos os arbustos a serem degolados e o avião a rolar envolto numa nuvem de pó!... (...)

segunda-feira, novembro 20, 2006

A MINHA ÁFRICA -(excerto) - 3 -

12

A LIGAÇÃO COM O MUNDO

Nos primeiros tempos, entre 1950 e 1953, o único traço de união com o Mundo era o barco da Otraco (Office des Transports Congolais) que, de quinze em quinze dias, fazia o percurso entre Leopoldville e Befori, local até onde o Maringa era navegável. O barco saia de Leopoldville, escalava vários portos fluviais, entre eles Coquilhatville, Basankusu, Baringa, Samba, Ekukula, Mompono, Ngongo, seguindo depois para Befori.
Era por barco que recebíamos tudo: mercadorias, diversos produtos, alimentação e... correio! Pode imaginar-se, pois, a alegria com que esperávamos o barco. Muitas vezes ele chegava de noite, e se ouvíamos a sirene, era difícil conciliar mais o sono até de manhã, ansiosos que estávamos para saber notícias.
Importa dizer que os barcos eram movidos a vapor e em vez de hélices eram impulsionados por uma espécie de dobadoira feita de tábuas. Moviam-se lentamente e demoravam mais tempo a chegar pois navegavam contra a corrente que era forte. Todos os barcos possuíam dois quartos para passageiros com casas de banho e uma pequena sala. Quem neles viajava tinha que levar mantimentos para a viagem. Um cozinheiro do barco fazia a comida. Tive ocasião de viajar num deles de N'gongo até Basankusu com minha mulher que se dirigia ao hospital de Basankusu para o nascimento do meu primeiro filho, o Jorge. Foi uma viagem de três dias. De noite e apesar de os barcos terem um gerador e um potente holofote que se acendia logo que começasse a fazer escuro, a navegação não era aconselhada. Então o comandante, um congolês, já com prática e conhecimento do trajecto, fazia a navegação de maneira a que chegássemos a um porto fluvial ao lusco-fusco e o barco ali permanecia durante a noite. Atreladas ao barco havia duas enormes barcaças onde eram acondicionados os produtos com destino a Leopoldville: borracha, óleo de palma, coconote, café, cacau, copal, etc.
Por vezes, durante a noite acontecia que não conseguíamos dormir motivado pelo barulho dos habitantes das aldeias próximas, que vinham ao barco comprar diversas bugigangas e beber cerveja ou as bebidas tradicionais – o "lotoko", uma espécie de aguardente fortíssima feita a partir da fermentação do milho ou o vinho de palma, obtido através da fermentação do suco da palmeira. A tripulação do barco fazia também comércio com artigos que traziam da capital e que constituíam novidade para as populações do interior: relógios, espelhos, isqueiros, tecidos, etc. etc.
A viagem no barco durante o dia era encantadora. A paisagem nas margens mudava constantemente e, além de várias aves, entre as quais papagaios, patos, galinholas, os macacos, com as suas piruetas nas árvores que bordejavam o rio, constituíam um espectáculo deslumbrante. Algumas vezes avistavam-se crocodilos refastelados ao sol nos bancos de areia aqui e ali.
Voltando à chegada do barco, ela constituía o único acontecimento que vinha quebrar a rotina dos dias que eram sempre iguais.

domingo, novembro 19, 2006

A DANÇA

A DANÇA
Senhoras e Senhores
Eu vos saúdo!
Vão Vossências ouvir antes de tudo
O que venho anunciar neste momento.
É possível que em vosso pensamento
Surja a ideia horrível dum monólogo.
Mas não! Eu sou o prólogo!...
Vão ouvir música, só música,
Ritmos variados, diferentes,
Endiabrados,
Dolentes…
Ides esquecer por momentos
Tristezas, aborrecimentos
Tudo o que vida tem de mau:
O custo da vida elevado,
O calor exagerado
E o preço do bacalhau!
Várias danças ides ouvir:
Valsas, boleros, cha-cha-cha,
Os tangos sentimentais,
Rumbas, foxes, twistes
E a dança dos canibais.
Danças modernas
Com contorções
Que fatigam as pernas
E os corações…
Um, dois, três
Pé esquerdo à frente
Meia volta p’ra direita
Bate as palmas uma vez
Tudo dança minha gente!
Dança o rico, dança o pobre
E tudo anda contente.
Esta vida é uma dança
Que gira sempre e não se cansa
Ora altiva, ora indiferente.
Dançam velhos, dançam novos
P’ra dançar não há idade
A velhice
Não existe
O que conta é a mocidade.
Vou-vos deixar
A orquestra vai tocar
Executando música a primor
A dança é vida, a vida é dança
Maestro!... Faça favor!...

sábado, novembro 18, 2006

A MINHA ÁFRICA - (extracto)

A casa de banho

(…) A casa de banho situava-se no exterior da casa e vale a pena fazer a sua descrição: Imaginem um pequeno espaço redondo com um raio de dois metros com uma vedação de paus entrelaçados e folhas a tapar a vista; uma fossa árabe que servia para satisfazer as necessidades fisiológicas e, lá no alto um balde de zinco com um crivo no fundo e um cordão que tinha a função de abrir uma válvula e fazer com que a água saísse – era o chuveiro!...
Na casa, a mobília, era a mínima necessária: nos quartos uma cama tosca com o imprescindível mosquiteiro, janelas todas com rede, sem portadas e nada mais; no salão uma mesa, algumas cadeiras muito puídas e dois maples aos quais era impossível atribuir idade; na varanda uma mesa rudimentar e três ou quatro cadeiras de verga. Na parte de trás da casa e logo na pequena escada que dava para a "casa de banho", uma bacia de zinco sobre um cavalete de madeira, uma encardida concha onde repousava um pedaço de sabão azul e uma toalha pendurado num prego...
Havia ainda um pequeno compartimento que servia de despensa e onde eu arrumei logo os alimentos que tinha comprado, enlatados claro: manteiga (holandesa, muito boa); queijo (holandês também) conservas (portuguesas) bacalhau (ido de Portugal em caixas de alumínio); azeite (português, Galo d'Ouro); sardinhas, carapau e atum, também embalados em Portugal e...um garrafão de vinho tinto "Nabão", além de outras coisas... (…)

A MINHA ÁFRICA - (extracto)

A chegada do barco
A primeira coisa a retirar era o saco do correio. As notícias da terra distante: as cartas (quando vinham...) e os jornais e revistas que embora com atraso (às vezes de um mês!) vinham matar saudades e dizer-nos o que se passava pelo mundo. Era depois a vez de ir espreitar os géneros alimentícios que nos tinham mandado da Sede em Basankusu. Tudo enlatado: bacalhau em embalagens zincadas; farinha em tambores herméticos; latas de leite em pó; latas de várias conservas, sobretudo sardinhas portuguesas; batatas do Kivu numa espécie de cestos que faziam lembrar as folhas da piteira; garrafões de vinho português (nessa altura com a marca "Ródão") e também garrafas de cerveja, de origem belga ou holandesa e que vinham acondicionadas em caixas de madeira que continham 48 garrafas de 75 cl. Era a cerveja que nos refrescava "acudia" ao calor dos trópicos. Bebia-se muita e, muitas vezes, porque matava mais a sede, acompanhava a refeição. O uísque era uma bebida pouco usada no interior e, geralmente, só se bebia à noite após a última refeição.
Procedia-se depois à descarga da restante mercadoria e outros produtos empregados nas várias fabricações: tambores de 200 quilos de soda cáustica, garrafões de 50 litros de ácido fórmico, sacos de cimento, chapas de zinco, etc., etc.
O barco continuava depois a subida até ao seu último porto. Três dias depois voltava novamente para carregar os produtos destinados a consumo do país ou à exportação.
Muitas vezes, sobretudo quando as águas começavam a baixar a estadia do barco era abreviada e o carregamento tinha de ser feito de noite.
Com a caldeira sempre à pressão para fazer mover o gerador cujo holofote, de que já falei, iluminava a margem onde se desenrolavam os trabalhos com vista ao carregamento das barcaças, era grande a azáfama e, muitas vezes chegávamos a casa e só tinha tempo de tomar um duche antes de fazer a chamada do pessoal da extracção da borracha, que tinha lugar entre as 4 e 4 e meia da manhã. Houve um tempo em que o encarregado do sector comercial a residir temporariamente no N'gongo, o Ângelo Grilo, me acompanhou nessas andanças e era quando acabávamos o carregamento ou descarregamento que levámos uma garrafa de uísque quase até ao fim!...
Por tudo isso, o barco desempenhava papel importante na existência de todos aqueles que viviam no interior do Congo, um pouco isolados do Mundo. Entre 1950 e 1960, os comandantes dos barcos, todos eles de nacionalidade congolesa e formados por belgas, eram muito competentes e desempenhavam a sua missão com muito saber e honestidade.
Muitas vezes pedi a esses homens que me comprassem e trouxessem da capital livros ou outras coisas de que necessitava e eles sempre o fizeram sem reservas e com desinteresse, exprimindo sempre o seu contentamento por nos serem úteis!
Esqueci os seus nomes mas, pelo menos com dois deles, muitas vezes conversei acerca do futuro do país. Juntos, partilhávamos as mesmas dúvidas quanto à independência...

sexta-feira, novembro 17, 2006

Imitando os poetas

Passaram as horas,
Os dias,
E os anos!...
As alegrias,
Os desenganos
E a amargura,
Como água mole
Em pedra dura
Fizeram do meu rosto
Enrugado
Um sol-posto
Antecipado!...
Dedos deformados
Olhos esbugalhados,
De tantas aflições!...
E os anos vão passando,
Indiferentes,
Enquanto lágrimas ardentes
Em triste bailado,
Meu rosto tisnado
Vão sulcando!...
São bailarinas cansadas
Que em danças desusadas
Rindo e chorando,
Se vão arrastando,
Sempre calmas
Até que cessem as palmas!...

quinta-feira, novembro 16, 2006

Reflexão

Reflexão num dia chuvoso e triste

De uma maneira ou de outra todos nós temos as nossas conversas com Deus. Aqueles que dizem que não, fazem-no, penso eu, por uma questão de diferenciação que nem sempre existe.
Podemos ser diferentes na raça, na cor ou no dinheiro, mas todos temos uma enorme necessidade de ser felizes.
E ser feliz é estar bem consigo, com os seus semelhantes, estar agradecido por estar vivo e, portanto, estar grato pela obra do Criador. Por isso ao procurar a felicidade, mesmo que muitos o não queiram admitir, estamos a conversar com Deus.
Sabemos que nem sempre Deus ouve os nossos pedidos. Mas – só para os que acreditam – já repararam que muitas vezes, há pedidos que não foram atendidos e que mais tarde verificamos que foi melhor assim?...
Comigo já aconteceu…
Para mim, a maior de todas as artes é aquela que nos conduz à felicidade de espírito. Ela dá força e intensidade a toda a nossa vida e tem o condão de se propagar e contagiar aqueles de quem gostamos, que nos são queridos.
Nesta manhã chuvosa e triste eu continuo a acreditar no Sol, mesmo que ele não ilumine; acredito no amor, mesmo quando o não sinto; e acredito em Deus mesmo quando Ele permanece calado…

terça-feira, novembro 07, 2006

A uma Avó

Sei que faz hoje anos. Felicito-a, e ao mesmo tempo aqui lhe testemunho a minha admiração pela maneira corajosa e abnegada como tem enfrentado as “tempestades” que o tempo, na sua correria desordenada, tem escurecido dias que deveriam ser de sol radiante.
Mas… como muito bem faz, não se pode lutar contra a adversidade que não seja através da Fé.
Simone de Beauvoir escreveu que uma noite desafiou Deus e pediu-lhe que se Ele de facto existisse, que lhe aparecesse. Como Ele não apareceu, ela nunca mais lhe falou…
Não é o seu caso. Tanto quanto eu imagino – e para citar Saint-Exupéry – a Senhora tenta sempre «que o seu sonho estrague a sua vida, para que a vida não estrague o seu sonho…»
Coragem! Até para o ano, se Deus quiser.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Pintos de aviário

Criticava-me hoje uma senhora por eu não aproveitar o espaço que tenho no jornal para denunciar a indisciplina que vai nas escolas. Dizia-me ela que os professores não sabem impor-se e que os “miúdos” não aprendem nada…
Respondi que não conhecia bem a situação, mas pelo que ouço dizer se os professores se impõem, os pais dos “rebentos”ameaçam-nos e até tem havido agressões…
«Que não! – retorquiu a senhora. Os meus netos dizem que os professores não sabem nada e que os obrigam a estudar de mais…»
Sabem qual foi a minha resposta?...
- Pois é, minha senhora. Os professores não prestam, mas os pais e os avós não lhes ficam atrás…
Encolheu os ombros e virou-me as costas. Estamos assim. Com uma sociedade que é uma autêntica mãe galinha a proteger os seus “super pintainhos” fazendo-lhes todas as vontades para que eles não fiquem traumatizados… o amanhã será constituído por homens que serão verdadeiros pintos de aviário que, como se diz cá na aldeia, nem cantam, nem galam!...

domingo, novembro 05, 2006

Um domingo na aldeia

Oito horas da manhã. Abro a janela do meu quarto. O dia acordou carrancudo. Nuvens pardacentas, prenhes de água, movimentam-se lá em cima. A serra está vestida com uma túnica branca, rasgada aqui e além, e que deixa ver, à transparência, o verde dos pinheirais. Ninguém na rua. É ainda cedo. As badaladas do sino ecoaram há pouco anunciando a missa. Um casal de rolas toma a dejejua além, no pequeno tanque do jardim. Tudo é silêncio. Um cheiro a azedo entra no quarto proveniente das uvas que apodrecem na parreira. É a agricultura dos pequenos a soltar os últimos suspiros…
As moscas começam a entrar…fecho a janela.
Pequeno-almoço. Ultimar trabalhos da edição 812. Leitura dos jornais via Internet. Nada sobre o que se passa em França!... A França é tão longe…Censura? Isso era no tempo da ditadura e fazia-se com lápis azul, hoje faz-se com dinheiro. Já ouviram falar no “choque tecnológico”?
Por cá, pão e circo, ou mais honestamente, apenas circo. O pão começa a rarear… na mesa dos pobres. O circo tem cada vez mais artistas. Palhaços, sobretudo!
Mau tempo em alguns locais do País. Prejuízos avultados. Queixas. «Ninguém vem ajudar-nos. Nem ministros, nem secretários de Estado, ninguém…», dizem os habitantes. E suas excelências em almoçaradas e passeatas…
A propósito, vou almoçar também…
Às 14,30 fomos à “Feira das Castanhas”. Há anos que o fazemos. É aqui perto a cerca de 4 quilómetros. Uma feira de castanhas onde, além das ditas cujas, há de tudo: maçãs, nozes, avelãs, peras, cebolas, alhos, mel, compotas tudo produtos sem corantes nem conservantes, isto é, sem pesticidas, produtos biológicos, produtos da aldeia. Comprámos maçãs bravo de esmolfe, rosadas e que têm um cheiro que nem imaginam!
Há também pequenas tendas onde se vende de tudo: sapatos, louça de barro preto e outro, roupas, mercearia, eu sei lá!...
Um grupo de bombos inicia a festa. Depois, no palco improvisado actuou um grupo de cavaquinhos e a seguir o Rancho folclórico da aldeia. Tudo genuíno, tudo como há anos se fazia! Ah! Esquecia-me de dizer que também há comes e bebes. Há umas senhoras que levam um forno e fazem uns petiscos de truz! Pão com chouriço, bola de sardinha, bola de bacalhau, etc. etc. Ao lado…a respectiva pinga. Um pipo com vinho ao copo. Do Dão!...
Muita gente, toda conhecida e entre ela, o meu ex-colega de liceu e velho amigo – um advogado reformado, agora passando o tempo na “ingrícola”.
Falador, macaco velho, advogado matreiro quando exercia, que só deixámos porque a chuva veio dizer-nos que eram horas de regressar…
São 22 horas. Chove, mas não está frio. Vou ainda ler um pouco para terminar mais um domingo…na aldeia.

sexta-feira, novembro 03, 2006

A mensagem do Velho

Dizia-me há dias um velho agricultor, apontado o céu, que «os astros andam envenenados».
Habituado a ler nos astros o sol e a chuva, os dias propícios às sementeiras ou às colheitas, com aquele desabafo apenas queria dizer que tudo se vai degradando: os rios, as fontes, o ar, os alimentos, tudo está contaminado e daí poderão advir novas e perigosas doenças.
É um homem do tempo em que as perdizes quase vinham comer à sua porta, os coelhos comiam da sua horta e as pescarias nas águas límpidas dos rios enchiam vários cestos de vime!
Na sua imensa sabedoria, nos seus noventa anos de vida, aquele agricultor transmite-nos uma importante mensagem: o futuro não é de quem erigir mais chaminés, ou mais torres de cimento. O futuro é apenas de quem preservar o meio ambiente, defender o que resta da tão degradada e muitas vezes esquecida Natureza.
Os «astros andam envenenados» e os homens estão loucos, mas vão pagar com altíssimos juros as suas repetidas asneiras.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Resposta a "Quem sabe?"

Quem se passou foste tu, ó meu!... Então não sabes distinguir prosa de poesia?
Não vês que eu apenas quis explicar o significado (para mim) das letras que compõem a palavra VELHO?...
Ai esta iliteracia!...E a propósito de berlindes: sabes a etimologia dessa palavra?
Fico à espera...

sábado, outubro 28, 2006

Lendo Jean Guiton

Estou a ler “Dialogues avec Paul VI” de Jean Guiton, na sua versão original, isto é, em francês.
Vale a pena ler. Este intróito só para vos dizer que entre muitas frases que nos fazem reflectir, encontrei uma que vos deixo como amostra: « Dans l’art des sons, une des notes est le silence et il faut savoir jouer du silence, s’exprimer aussi par les silences».
Na arte dos sons, uma das notas é o silêncio e é preciso saber tocá-lo e saber exprimir-se através dele.
De facto devemos aprender a interpretar o vazio do tempo, a ausência de respostas, através da sinfonia do silêncio…
Bonito, não acham?

quinta-feira, outubro 26, 2006

VELHO?...

Não sei por quê , mas a palavra VELHO está a perder, qunto a mim, o seu verdadeiro significado. Na maior parte das vezes (será por campaixão?...) é susbtituída por IDOSO. Será assim a palavra VELHO tão "ofensiva" e preconceituosa que seja preciso, em nome de uma "caridade" farisaica, pintá-la de uma "côr" que não é a sua?
As letras que a compõem só por si são duma beleza ímpar:
V de vida, (que nem sempre foi a que gostávamos...)
E de experiência, (que teimam em não a aproveitar...)
L de loucura, (que todos temos um pouco...)
H de horizonte, (com que todos sonhamos...)
O de olhar, (de tanta coisa ver, de olhar a rir, a chorar...)
Não importam as palavras. Importa, isso sim, o amor, o carinho, o respeito... porque afinal fomos nós, OS VELHOS, a origem do vosso ser.
Alguém discorda?!...

terça-feira, outubro 24, 2006

Arejar os neurónios

São 16 horas. Tenho estado a corrigir provas e tenho a sensação de que tudo o que tenho na cachimónia chocalha!...Passou-me há pouco pelas mãos um trabalho de um dos nossos jornalistas na qual descreve um novo desporto que começou aqui há pouco e que dá pelo nome de “paintball”.
Não que queira entravar a marcha do progresso - porque já não tenho pernas para o fazer - mas confesso que me assustam estas formas de divertimento que contém mais de agressividade do que propriamente uma forma de descontracção e lazer.
Dizem-me que são novas técnicas e que são boas para fazer subir a adrenalina!... Seja. Mas eu fico na minha. E sou contra tudo aquilo que contribua para despertar no homem sentimentos bélicos, ainda que sejam tidos por inofensivos...
E como já descontraí um pouco, vou continuar o trabalho...

sábado, outubro 07, 2006

Ainda as minhas férias

As férias são para descansar, mas não conseguimos alhearmo-nos do que se passa no mundo. Há sempre aquela tendência própria, aquela curiosidade que nos leva a querer saber, pelo menos, o que dizem os jornais. Foi o que aconteceu comigo. Depois de ter visto, antes de partir, a reportagem sobre a residência de Cavaco Silva na sua recente visita a Espanha em que era mostrada a residência de Franco onde tudo foi conservado, até a cadeira onde se sentava o caudilho, esbarrei com uma notícia num jornal espanhol “La Razón” de 28 de Setembro, em que se dizia que há em Espanha 360 ruas que mantêm uma relação com o regime franquista!
Não foi por isso, no entanto, que a Espanha deixou de progredir ao contrário de Portugal que começou por rebaptizar pontes, ruas, praças, etc., relacionadas com o regime salazarista, e apesar disso está na situação que todos onhecemos.
Não se pode apagar a História por mais negra que ela tenha sido.
Entre nós impera a hipocrisia do lucro que não hesita em renegar as suas origens e o seu passado para atingir os fins em vista. A propósito, li num semanário logo à chegada de férias, que Salazar ia ter um museu em Santa Comba Dão, mas o autarca responsável logo sacudiu a água do capote ao afirmar que “não era uma homenagem a Salazar, mas uma forma de passar aos mais novos a nossa memória colectiva. O que está aqui em causa é um abordagem meramente científica…»
Esta falta de coragem em assumir a responsabilidade histórica tem muito a ver com o estado a que Portugal chegou….É como que envergonharmo-nos dos pais que tivemos. Metaforizando, eles podem ter sido tudo: ladrões, bêbados, malandros, assassinos, mas não deixam de pertencer à nossa origem ao nosso passado. Muitos não devem fazer este raciocínio, porque hoje conta mais o que “somos” do que a maneira como aqui chegámos…

sexta-feira, outubro 06, 2006

Continuação de ontem, 5 de Outubro

Elogio à preguiça
Cá estou de novo para contar como foi o meu dia de ontem, feriado, dia da comemoração da implantação da República e dia do corte da relva da frente e dos lados. Às 16 já estava estafado. Depois da relva, fui apanhar nozes! Conhecem o provérbio que diz que Deus as dá a quem não tem dentes? O provérbio concretizou-se… e as costas pagaram a factura. Com a mola já gasta e enferrujada, imaginem como fiquei!... Partido, esbodegado, empenado, eu sei lá…
Ah! Ainda apanhei umas castanhas de um ouriço que se lembrou de parir mesmo quando eu passava por baixo do castanheiro. Por pouco não me caía na careca…
Finalmente ás 18 horas sentei-me no escritório a ler e por coincidência um texto que fala de ócio… e eu vou transcrever uma passagem:
«Há uma quantidade de gente que é amadora de fazer aquilo que a nós, por exemplo, custaria. Mas eles gostam…Conheci um homem, que tinha sido Governador de Macau, que já estava aposentado de vários cargos, tinha andado também na política e depois da Ditadura tinha sido afastado de tudo, esse sujeito levava um dia inteiro, numa quinta onde morava, montando e desmontando motores. Era o gosto dele! Montava e desmontava… Aparecia sempre ao almoço, ao jantar não, porque tomava banho antes, mas ao almoço aparecia sempre com as mãos imundas por ter andado a apertar válvulas por tudo quanto era motor e a desapertar no dia seguinte. Ele gostava daquilo! Há sujeitos que não gostam de fazer coisa nenhuma senão de estar a olhar para uma nuvem. Eu considero esses tipos utilíssimos, porque ninguém sabe o que sairá dali. Não se conta aquela história de que a lei da gravitação apareceu por ter caído uma maçã na cabeça do Newton? Não era obrigatório que o Newton estivesse a estudar Matemática na altura em que lhe caiu a maçã na cabeça…podia estar a dormir debaixo da árvore, ou ter acordado naquele momento, ou qualquer coisa assim, eu sei lá! Quem me diz que a um homem, cujo ideal é de estar de papo para o ar olhando para as nuvens, de repente se lhe atravessa na cabeça uma ideia?»
O texto é do nosso saudoso professor, escritor e filósofo Agostinho da Silva, um dos meus preferidos. Então esta última frase do texto é “o máximo”!...
Um dia destes vou pôr-me de papo para o ar (não debaixo do castanheiro!...)
e depois contar-vos-ei a ideia que ma atravessou a mona…
Olha!... Já são 23 e 45… o dia já está de pijama. E eu vou fazer o mesmo…Ai as minhas costas…

quinta-feira, outubro 05, 2006

Como passei o feriado da República

Levantei-me tarde, isto é, cerca das oito da matina. Digo tarde, porque costumo levantar-me às 7. Questão de hábito!... Depos do pequeno almoço "a chefe" atribuiu-me uma tarefa - descascar marmelos! Vejam lá se isto é coisa que se faça num dia em que se festejam as bananas (ver república das) compris?.. Descascámos 15 quilos! Temos marmelada até ao fim dos nossos dias...Eh lá...
nada de confusões.Mamelada daquela que se come, não da que se lambe...
Almoço, e quando pensava que a seguir ia ter folga, " a chefe" impõeme nova tarefa - cortar a relva!...
continuação amanhã...

terça-feira, outubro 03, 2006

Férias

Cinco dias em Maiorca! Dias inesquecíveis. Nunca me tinha passado pela ideia que a maior das Baleares oferecesse tantos e tão variados encantos! Além da visita à capital, Palma, fui também à Serra de Tramuntana. Saída em autocarro, uma parte de comboio, depois de eléctrico até Soller e depois em barco, catamarim, até Sa Colobra. Subida da Serra de autocarro, precipícios terríveis que me obrigaram a fechar os olhos...e regresso de novo a Palma em autocarro.
O passeio marítimo, o porto com inúmeros iates ancorados, trasatlânticos num vaivém constante, o aeroporto com saídas e chegadas de aviões de cinco em cinco minutos... Impressionante a vida da cidade!
Gastronomia variada e sempre à base de legumes, peixe e carne fazem de Maiorca um lugar que deve ser visitado.
A catedral gótica construida em calcáreo dourado junto ao mar cuja construção foi iniciada em 1380 e acabada em 1587, é uma visita obrigatória. O seu interior é deslumbrante e riquíssimo!
Belas férias que será difícil esquecer....
Palma à noite e ainda as praias em redor de Palma: Palma Nova, Megalufe, etc...

domingo, setembro 24, 2006

É domingo e chove

Começou o Outono...É domingo, chove, e eu estou triste por dentro. Não sei se já experimentaram essa sensação. É uma espécie de angústia, uma dor sem doer, uma tristeza sem estar triste. É dificil explicar...mas aqui estou tentando dominar esse sentimento...
A chuva abrandou e eu aproveito para ir até ao quintal ver as árvores que choram e espreitar os pardais que se refugiam debaixo da densa folhagem da buganvília...

domingo, setembro 10, 2006

Hoje é Domingo-Errata

Onde se lê «lendemai», deve ler-se «lendemain»

Hoje é Domingo

O dia acordou carrancudo com núvens a esconder o sol. Algumas folhas começam já a perder a cor verde, outras já se desprenderam dos ramos e atapetam o chão. Já cheira a Outono... para mim, a estação mais triste do ano!
Hoje também não estou a 100%. Estou naqueles dias a que os franceses designam por «le lendemain de la veuille» e que numa tradução livre poderemos traduzir por «ressaca». Não, propriamente aquela ressaca que provém de uns copos a mais, mas aquela disposição que nos diz que saímos fora do habitual e que por isso nos faz molengões.
Casamento simples, familiar, sem salamaleques. E vim hoje aqui apenas para registar um cântico entoado durante a celebração e que julgo digno de registo. Perguntei o autor, mas parece ser já muito antigo. Mas é muito bonito...

Se procuras em vão,ser feliz,
Ouve o que diz esta canção:
Se deveras tu queres ser feliz
Hás-de servir teu irmão.

Todo o homem é um jardim ,
Onde se pode colher uma flor.
Todo o homem é nosso irmão.
E se deve tratar com amor.

Tudo te sorrirá, se tu sorrires;
Tudo te cantará, se tu cantares;
Tudo, tudo, tudo te amará,
Se tu servires, se tu amares.

Se te queixas que o mundo vai mal,
Pensa que o Mundo és tu e eu;
Só de pende de nós, afinal
Que o mundo seja melhor.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Anedota

Há anedotas e anedotas... Algumas têm, de facto, umaoportunidade e um humor tão subtil que nos deixam bem disposto. Ora leiam esta que acabei de encontrar:
Há dias quando vinha de Lisboa, sentei-me ao lado de um jovem com os cabelos compridos e com mechas verdes, azuis e vermelhas. Achei estranho, mas nada disse, pois cada um tem o direito de usar o cabelo da maneira que quer.
Pouco depois o comboio parou numa estação e entrou para o mesmo compartimento um velhote de cabelos brancos. Como vi que ele se movia com dificuldade, ajudei-o a subir e dei-lhe o meu lugar.
Ele sentou-se, agradeceu e começou a olhar insistentemente para o moço de cabelos coloridos. E tanto olhou que o rapaz perguntou:
Ouça cá ó avozinho, você quando era jovem nunca fez uma extravagância?
E então o velhinho respondeu calmamente:
-Fiz, sim, meu rapaz. Quando era jovem tive relações sexuais com uma arara e agora ao olhar para o seu cabelo estava pensando com os meus botões: Será que este filho da puta é meu filho?

quarta-feira, setembro 06, 2006

Vida rural

Quarta-feira, dia 6 de Setembro
São 14 horas, o termómetro lá fora, à sombra, marca 34.º Estou a descansar, se é que escrever, é uma maneira de o fazer! Mas para mim é... Perguntarão vossências o que fiz para estar assim esbodegado. Ora vejam o que fiz até agora:
Levantei-me às 7 da matina. Barba, banho, pequeno almço...e às oito, ginásio!
O "ginásio" aqui na aldeia não tem nada a ver com o "ginásio" que vossências frequentam aí nas cidades. Eu explico os exercícios que fiz, ou fizemos hoje, porque a minha cara-metade participa também: Enquanto eu cortei as relvas que circundam a minha casa, ela, a cara-metade, limpou, com sacho, os regos que conduzem as águas de rega. Tempo: 3 horas. Debaixo de uma temperatura respeitável! Às 11 horas, poda de arbustos e de hastes de roseiras que ornamentam as entradas, mas que me arranhavam a careca...
Entretanto, ela, a cara-metade, interrompeu para tomar banho e fazer o almoço... Eu continuo a limpar a máquina e a arrumar as ferramentas... 12 horas, hora do meu banho de água fria. Que bom...
Almoço às 12h30. Ementa? Arroz de bacalhau a correr e salada de tomates que foram apanhados, fresquinhos, aqui ao lado. E que saborosos! Os tomates da aldeia são muito mais saborosos do que os da cidade ( Honni soit qui mal y pense!). E agora, como a jibóia, com o calor que faz lá fora, aqui estou a desmoer...sentado!
É assim a vida de aldeia. Mais monótona, menos trepidante, com vantagens e desvantagens... e com "ginásios" onde se podem fortalecer ou desenferrujar os músculos por pouco dinheiro...
Há tempos que procuro alguém para se encarregar dos trabalhos do quintal. Até agora só recebi uma oferta de um candidato lá das bandas da capital, mas que se ofereceu, apenas, para "capataz". Ora para capataz cá estou eu...Portanto cá vamos "gerindo" isto conforme podemos. E basta por agora. A cara-metade lá está no puzzle e como a água do poço está a correr para o tanque,tenho que ir...porque à tarde é preciso regar. É assim a vida de um aldeão!...

domingo, setembro 03, 2006

Lobos-desabafo

Hoje de manhã vieram pedir-me para escrever qualquer coisa acerca dos prejuizos que os javalis estão a causar nos milharais e em outras culturas.Já escrevi sobre isso e até juntei fotografias que tirei num desses locais por onde os bichos passaram. Tudo destruído... mas ninguém tomou providências. Nem tomam. Hoje os animais irracionais "merecem" mais do que os homens...
A propósito lembro-me do desvio da A24 entre Viseu e Chaves que foi feito para não "invadir" a área de um alcateia de sete lobos. Esse desvio, segundo os jornais, custou ao Estado entre 100 a 150 milhões de euros!
Perante isto, será que as autoridades (?) deste nosso País se preocuparão com os estragos dos javalis causados aos pobres que ainda tentam sobreviver grangeando o necessário para a sua subsistência?...
Chegámos a uma situção tal que é difícil imaginar qual será o fim de tudo isto...
O certo é que os pequenos estão condenados...Até os bichos estão em primeiro lugar!...

sexta-feira, setembro 01, 2006

Começo de mês

Sexta-feira, 1 de Setembro
Começou hoje mais um mês...o tempo foge! Tenho à minha frente o diário do ano passado aberto na página do dia 1 - uma quinta-feira. O Jorge, a Ana e a Mariana estavam cá nesse dia. Tempo quente, escrevi eu. Mais à frente a anotação dos anos da Isabel e da Lurdes do Couto de Mosteiro.Por curiosidade fui buscar o diário de 2004. Nada de anormal a não ser o tempo que, segundo escrevi, estava fosco e fresco...
Hoje está calor. O termómetro marca 30 graus. Telefonámos à Isabel e à Lurdes.
Agora aqui estamos os dois: um no puzzle, outro a matar o tempo, escrevendo nada...
E, assim sendo, vou parar por aqui.

terça-feira, agosto 29, 2006

Diário

Terça-feira, 29 de Agosto

Está um calor "do caraças" como costuma dizer um chinês que já sabe um pouco de portugês e tem uma loja aqui ao lado. Nesta altura o termómetro marca 33.º à sombra! Tenho a meu lado uma garrafa de água e vou bebendo aos pouquitos para manter o palato fresco. Já não digo as ideias, porque os carecas, por mais que queiram, não conseguem evitar que a cabeça "ferva". E a propósito de ferver, disseram-me hoje que estou a engordar, que devo andar a abusar da panela!...
Quando terminar o Jornal vou ver se compro uma daquelas novas balanças a que os franceses chamam "impédancemètres" e que servem para medir a quatidade de gordura que temos no corpo...O indígena põe-se em cima da balança e os pequenos eléctrodos encorporados na base, em contacto com os pés, enviam uma corrente eléctrica de fraca potência que percorre o corpo, mostrando a seguir o local onde estão as "banhas".... Claro que estou a brincar, pois não é precisa a balança para ver os se situam os "pneus"!... Caça ao dinheiro é que é...
Mas, como ia dizendo, o calor parece que está a dar-me volta à cabeça. Mas não é só a mim. Agora até "despromoveram" o Plutão! Se é coisa que se faça! está tudo mudado. Antigamente(sempre o antigamente), diziam que o calor dilatava os corpos. Agora parece que os encolhe...
Sobretudo alguns músculos!... C'est la vie, como dizia um dos Toninhos que tivemos de aturar.
Chama-se a esta conversa, conversa de "chacha", mas como estou a fazer horas para rever provas, vou matando o tempo...a teclar!
Além disso, como estou a escrever só para mim qual o problema?
E pronto. Toca a fazer revisões....

quinta-feira, agosto 24, 2006

Diário

Li hoje um texto de onde tirei umas "pérolas" que vou guardar, porque parece que fui eu a escrever:
Há, nesta vida, dois factos importantes: o primeiro é que todos nós sofremos derrotas temporárias, de formas diferentes e nas mais diversas ocasiões.O segundo é que cada adversidade dessas traz consiga a semente de um benefício equivalente!
Ainda não encontrei nenhum homem de sucesso, que não tivesse antes sofrido derrotas temporárias. Sempre que um homem supera os reveses, torna-se mental e espiritualmente mais forte... É assim o que aprendemos com as adversidades.
Quer fazer um comentário?...

terça-feira, agosto 22, 2006

Diário

Terça-feira, 22 de Agosto
"Uma carte de amor"... escrevi no meu diário de ontem! Se a escrevesse haveria alguém que interpretasse o seu verdadeiro sentido? O que é o amor hoje?...
Na minha adolescência li um livro e guardo ainda na memória uma frase que, na altura chamou a minha atenção: " O amor é a projecção vertical de um acto puramente horizontal..." Querem melho definição para o amor de hoje?
Isto para vos dizer que desisti do intento, porque falar de amor na minha idade é um tanto ou quanto ousado. Refiro-me, evidentemente, àquele amor "descartável" que por aí se vê e do qual nada percebo... Casa-se por amor, e por amor se descasa... É a isso que chamam amor?
Aliás, já no meu tempo a palavra tinha vários significados e a frase "amo-te" queria quase sempre exprimir a tal "projecção" de que acima falo...
Agora se eu disser que "amo" a vida, que lhe tenho "amor", então sim, o verdadeiro significado da palavra está bem explícito e bem claro!
Volto amanhã.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Diário

Dia 21, segunda-feira, o dia da preguiça. De manhã, quando me levantei doía-me tudo!... O que é bom sinal, pois como dizia o outro "no dia em que te levantares e nada te doer estás morto..." Nunca percebi muito bem como este caramelo ( um termo muito usado pelo Jonh) pode fazer esta afirmação! Será que depois de morto não temos dores?... Vá lá saber-se!...
Mas como dizia levantei-me com dores um pouco por todo o corpo. Por todo o esqueleto só havia "não-presta"!... Banhinho, cafezinho... e ala que se faz tarde. E pronto cá estou... Mas não devo estar muito bom porque reparo agora que só escrevi banalidades. Mas que haveria eu de escever senão coisas sem nexo?
Amanhã vou escrever uma carta de amor só para ver se ainda sei falar dessa coisa que´"é fogo que arde sem se ver..."
A sirene está a tocar. Será fogo, será acidente? interrompo aqui e vou à porta ver o que se passa...
Amanhã continuo...

segunda-feira, agosto 14, 2006

Pergunta

Alguém já viu o meu blogue?

Ninguém quer dizer qualquer coisa?

Fico à espera....

terça-feira, agosto 08, 2006

Os “chulos” da democracia

Se os homens que vivem à custa de mulheres são conhecidos por «chulos» que nome haveremos de dar àqueles que vivem à custa do erário público?!… Esta interrogação começou a bailar-me na cabeça quando, há dias, tive conhecimento de que mais um autarca de 53 anos de idade, apesar de se ter reformado, continuava, não só a exercer funções no mesmo local de trabalho, como também a receber um salário!Mas afinal andam a fazer de nós parvos ou o quê?!… Por um lado vem um senhor do Governo ameaçar com o corte do 14.º mês, espalhando o pânico em cerca de dois milhões de pensionistas pobres que recebem uns míseros 250 euros por mês!Depois é este escândalo, esta falta de honestidade e de escrúpulos que alastra de Norte a Sul do Pais com funcionários do próprio Governo ou de Empresas que apresentam lucros fabulosos no fim do ano, a pedir a reforma e a continuarem no mesmo local ou noutro, auferindo ainda um salário normal!… Não terão esses homens – sobretudo os da mesma cor do elenco no poder – um pouco de vergonha e de bom senso que os faça reflectir sobre a injustiça que estão a cometer?Queixam-se os jovens, e com razão, que há falta de empregos. Então por que é que o Estado não fiscaliza, não dá o exemplo e põe termo a todos esses abusos, substituindo (sempre que possível) os reformados por jovens no desemprego? Há reformados aos pontapés. E de todas as idades. Até de quarenta e poucos anos! A Segurança Social está à beira da falência?… Pudera! Com todo este bando de parasitas, o que se esperava?Mas são vários os buracos do sistema por onde desaparece o nosso dinheiro, o dinheiro que pagamos de impostos. Querem alguns exemplos?A Remuneração Mínima de Inserção (antigo RMG) está a ser concedida, em muitos casos, a quem não precisa.O Fundo de desemprego é outro sorvedouro. Muitos dos que estão a receber o subsídio, quando são chamados para trabalhar, recusam-se evocando várias razões. Ninguém investiga, e esses “desempregados”, continuam a receber e a fazer biscates por fora! Com as reformas passa-se o que já acima se disse. Quem não conhece reformados que ocupam lugares importantes, que recebem salário, e que continuam impunemente a tirar o lugar a outros e a “encher-se” à custa do erário público?Com toda esta “engenharia” o resultado está à vista: ao mesmo tempo que se está a fomentar uma nova classe de parasitas, criam-se condições para que aumente cada vez mais o número de ociosos, de golpistas e de malandros… Que são, em suma, «os chulos» da democracia!
Posted on Agosto 4th, 2006

Mãe


Choraste tanto, minha mãe,
tantas noites, tantos dias!
e só eu sabia também
que choravas quando sorria
Guardámos os dois o segredo
eramos os dois a sofrer
e eu e tu tínhamos medo
de um ao outro o dizer.

Choravas por mim, eu sabia
Eu por ti, chorava também
e muitas vezes me escondia,
para tu não me veres, minha mãe!

Agora que Deus te levou
Choro sozinho à vontade…
Rosário de lágrimas, mãe…
Cada lágrima é uma saudade.
1976



Bom dia!

Comment (1)
Bom dia e bom começo de mês. Comecei este blogue por mera carolice. Tentei várias vezes e com a ajuda de uma menina chamada Isabel já vou conseguindo “alinhavar” umas coisitas…
Isto é mais um desafio que faço a mim mesmo. Nunca é tarde para começar qualquer coisa, pois mesmo cometendo erros, vamos aprendendo.
Gostaria de trocar impressões com outras pessoas. Fico à espera…
Posted on Agosto 1st, 2006

Bandeko ya ngai

Ngai nazalaki na Congo Belge mbula tuku misatu. Bantu bazalaki na mboka oyo soki libusu na pendance, soki nsima, batinda ngai mukanda na blog oyo pona kuluba likambu na mboka yango.
Nakulambela binu!
Mbote mingi….
Posted on Agosto 1st, 2006
Vous avez déjà essayé?
Oh! Que c’est bon chier dans l’eau!…On voit sa merde qui nage !…Si je saurais que c’était si beau,J’aurais chié davantage !
Posted on Julho 31st, 2006

Em dia de aniversário


Envelhecer é uma arte. E, como todas as artes, é preciso cultivá-la. Gostar dela. Admitir as suas limitações e brincar com elas. Cada idade tem os seus encantos. O que acontece é que muitas vezes não os sabemos procurar. Também não devemos apregoar que sabemos tudo mercê da experiência adquirida, porque cavamos um fosso à nossa volta. E somos rejeitados! As novas gerações são avessas a conhecimentos baseados na prática e na experiência. É a teoria que impera. Não adianta remar contra a maré…E nesta sociedade materialista em que vivemos ou adoptamos a modernidade como um complemento da arte de envelhecer ou corremos o risco de cair no isolamento – essa ilha perdida no mar imenso, que é a indiferença!E para que essa renovação seja apropriada e eficaz, a boa disposição e o bom humor são ajudas imprescindíveis. O riso é como o limpa brisas do automóvel: - mesmo sem conseguir parar a chuva, ele permite que continuemos a viagem. Aceitar os caprichos da vida como Deus no-los impõe, sem dramatismos, com resignação e fé, fazendo da boa disposição um escudo contra o mau humor, é um dos remédios para conservar a juventude do espírito. Por isso, como há tempos escrevi: «Não! Eu nunca serei um velho. / Por tudo aquilo que sinto, / E quando me vejo ao espelho, /Ele me diz que não minto.»Por vezes, nesses momentos, uma ilusão fugaz invade-me o espírito e, como relâmpagos, pedaços da adolescência riscam o céu da minha longa existência, iluminam o pensamento, e dão mais brilho aos meus olhos cansados!E então, como num velho filme a preto e branco, as recordações, em imagens desbotadas, perpassam-me pela retina: e lá estão os brinquedos e os locais onde brincávamos – o pião, a bilharda, o banho nas águas cristalinas do açude do rio, os rostos dos amigos de infância… E tantos que já partiram! …Quanto a mim e com a ajuda de Deus, «Vou saboreando este gosto, / Serenamente, com calma, / Conservando no meu rosto, / Esta paz que me vai na alma.»Mas nem sempre o reencontro com o passado é pacífico. Muitas vezes as lutas que interiormente travo só me trazem desgostos e frustrações. É difícil, muito difícil estabelecer um consenso e manter quieto o fiel da balança, porque num dos pratos estão os marcos de pedra do passado; no outro as balizas electrónicas do presente. Um desequilíbrio abismal! Mas a minha teimosia é mais forte. E continuo a lutar, e mesmo «Quando a vida estiver finda, / Já dentro do meu caixão, / Eu direi sempre, sempre e ainda, / Morto, sim, mas velho, NÃO!…»

segunda-feira, agosto 07, 2006

Bem-vindos ao meu blog

Caros amigos:
Todos aqueles que quiserem manter a juventude podem pedir-me a receita através deste blog.
Para isso será necessário que me forneçam alguns dados para que possa fazer a radiografia ao vosso esqueleto.
Aqui fica a lista das informações necessárias para a primeira fase da consulta:
Idade, casado/a, solteiro/a, altura, vícios, profissão, distrações preferidas e idade até à qual pretendem viver.
Esta receita foi-me dada por um monge budista aquando da minha última visita ao Tibet numa caçada às cracoletas...
Fico à vossa disposição.
Até breve

domingo, agosto 06, 2006