sábado, dezembro 02, 2006

Sábado à tarde

Um sábado de Outono. Choram as nuvens e as gotas de água caem de mansinho. Não está muito frio, mas apetece acender a lareira, olhar a chama e ouvir o crepitar inconfundível dos troncos!
O chão do quintal está atapetado de folhas de várias cores, algumas já em decomposição, escorregadias, confundindo-se com a terra. As árvores, de braços erguidos, quase nuas, sem folhas, anunciam já o Inverno próximo.
As duas serras – a do Caramulo e a da Estrela olham-se como duas rivais – a primeira com os seus variados tons verdes; a segunda mostrando o seu manto branco que a neve lhe emprestou.
Aquém e além o fumo das chaminés mistura-se com pedaços de nuvens baixas que viajam no espaço. A aldeia parece dormir e não fosse a pequenez dos dias e o “comprimento” das noites, dir-se-ia que era por causa da sesta!...
Não há flores no jardim. Só o vermelho das bagas do azevinho contrasta com o cinzento-escuro do tapete do caminho. Silêncio! Nem a passarada se mostra. Desapareceram os melros, as rolas, e só os pardais, de vez em quando, cruzam o céu.
Subo ao terraço e olho em direcção à Estrela. Um manto branco já não deixa ver a neve. Sopra uma brisa fresca. Olho o tanque, em baixo, cheio de água, e aumenta a sensação de frio. A chuva cai agora com mais intensidade… Desço, e a resolução está tomada: a lareira…

1 comentário:

arcavelha disse...

Continuas a desiludir-me com o teu português.
As noites são compridas (adj.extensas, longas, cansativas,
e não cumpridas (part. passado do verbo cumprir,executar pontualmente, satisfazer...
Vê lá se estudas um pouco mais...