sexta-feira, junho 07, 2013

NUNCA É TARDE


Se há gente que pensa tudo conhecer e nada sabe, há também os que, reconhecendo que pouco sabem, vão sempre procurando enriquecer-se culturalmente.
E nestas coisas do saber há ainda muitos que, erradamente perfilham a ideia de que só nas Universidades se adquire o verdadeiro conhecimento das coisas e das pessoas.
Em contrapartida, outros há que a partir de certa idade e escondendo-se atrás do velho ditado que diz que «burro velho não aprende línguas», se acomodam, param, esquecendo, até, por vezes, o pouco que aprenderam. Ora, nunca é tarde para aprender e, hoje, felizmente, são muitos os caminhos que conduzem aos locais de aprendizagem.
E para que a cultura «seja aquilo que resta quando tudo se esqueceu», é necessário, no entanto, saber qualquer coisa. E esse «qualquer coisa» está ao alcance de cada um de nós. 
A cultura é, sem discussão possível, um dos grandes estimulantes da vida. Ela contribui para enriquecer o espírito e o seu abandono caracteriza a decadência e traduz-se sempre numa derrota da liberdade. Elemento essencial do conhecimento, ela é um viático que nos acompanha no difícil caminho da verdade. É uma bagagem indispensável para o entendimento humano e a única arma para vencer a servidão.
Na discussão sobre a igualdade a cultura que cada um traz consigo, é a maior fonte de vitalidade e um contributo essencial para a autonomia do indivíduo. E esses conhecimentos servem, sobretudo, para melhor compreendermos os problemas sociais, económicos, mediáticos e humanos quando com eles confrontados.
Tudo isso nos ajuda também a captar melhor, e melhor compreender as inovações culturais da época em que vivemos sem no entanto sacrificar ou esquecer a importância dos feitos passados.
A cultura é prazer e necessidade, como tudo o que é essencial na vida, do amor ao bom vinho, pois muito embora prazer e necessidade sejam de sinais opostos, com ela, eles completam-se.
Para que a cultura seja «aquilo que resta quando tudo se esqueceu», é necessário, no entanto, saber qualquer coisa. Hoje os caminhos de acesso à cultura são imensos e não cessam de se melhorar. Se antigamente as elites das grandes cidades se cultivavam mais facilmente que as populações da província, hoje essas populações, quando há vontade e curiosidade podem também aceder facilmente ao conhecimento das coisas.
Cultiva-se ainda hoje a ideia errada de que só nas Universidades se aprende. Embora o autodidacta tenha sempre existido, hoje ele tem a tarefa mais facilitada graças às novas tecnologias da informação. Hoje só não aprende e só não se cultiva quem não quer. Nunca é tarde para aprender.