sábado, dezembro 02, 2006

No começo do mês

Continuo a ler Jean Guiton e não resisto a traduzir, para aqueles que, eventualmente, possam vir a ler, uma passagem que julgo conter uma mensagem que nos conduz a uma profunda meditação…
«(…) Hoje, o que está mais em perigo são as amarras que antigamente faziam a ligação do espírito às coisas, do homem à Natureza, do filho à mãe, do cidadão à Pátria, dos exercícios do espírito à verdadeira existência; o País, a terra, a religião adaptada aos tempos, enfim, a incarnação sob todas as espécies e formas. E as virtudes…
Não a virtude, essa palavra oca, muitas vezes hipócrita, mas todos os esforços em que o belo, o bem e o verdadeiro se juntam criando a harmonia entre os seres e as coisas. Tudo tem tendência a desaparecer: tudo o que é refúgio, íntimo, socorro, asilo, floresta, arvoredo… Não há paz, mas excessos que se sucedem e se compensam. O respeito, o pudor, a medida, a simplicidade, estão em vias de extinção… (…) Tudo mudou. Passámos da civilização escrita à da imagem, ainda que a escrita continua a ser a expressão fundamental do pensamento… (…)»

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