Ao recomeçar pela terceira vez
(1966)
Homem que cresceste
Sem nunca seres menino,
- Porque já nasceste
Com esse destino –
Não deixes morrer
Agora,
Ao anoitecer,
A esp’rança d’outrora!
Homem que cresceste
Sozinho
E nunca tiveste
Carinho,
Não percas agora,
No fim da viagem,
A tua coragem!
Homem que cresceste
A labutar.
Homem que soubeste
Esperar com alento,
(Sem um queixume,
Sem um lamento)
Que a vida te sorrisse…
Se foste homem já em pequenino
Continua a sê-lo até à morte
Continua sozinho
Mesmo velhinho,
A desafiar a tua sorte!
Se sorriste sempre na tormenta
Que dentro de ti sempre ecoou
E se teu coração ainda acalenta
A espr’ança que sempre o habitou,
Tem confiança,
Porque em criança,
Foi ela sempre que te guiou!...
Kinshasa 1966
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