terça-feira, agosto 08, 2006

Os “chulos” da democracia

Se os homens que vivem à custa de mulheres são conhecidos por «chulos» que nome haveremos de dar àqueles que vivem à custa do erário público?!… Esta interrogação começou a bailar-me na cabeça quando, há dias, tive conhecimento de que mais um autarca de 53 anos de idade, apesar de se ter reformado, continuava, não só a exercer funções no mesmo local de trabalho, como também a receber um salário!Mas afinal andam a fazer de nós parvos ou o quê?!… Por um lado vem um senhor do Governo ameaçar com o corte do 14.º mês, espalhando o pânico em cerca de dois milhões de pensionistas pobres que recebem uns míseros 250 euros por mês!Depois é este escândalo, esta falta de honestidade e de escrúpulos que alastra de Norte a Sul do Pais com funcionários do próprio Governo ou de Empresas que apresentam lucros fabulosos no fim do ano, a pedir a reforma e a continuarem no mesmo local ou noutro, auferindo ainda um salário normal!… Não terão esses homens – sobretudo os da mesma cor do elenco no poder – um pouco de vergonha e de bom senso que os faça reflectir sobre a injustiça que estão a cometer?Queixam-se os jovens, e com razão, que há falta de empregos. Então por que é que o Estado não fiscaliza, não dá o exemplo e põe termo a todos esses abusos, substituindo (sempre que possível) os reformados por jovens no desemprego? Há reformados aos pontapés. E de todas as idades. Até de quarenta e poucos anos! A Segurança Social está à beira da falência?… Pudera! Com todo este bando de parasitas, o que se esperava?Mas são vários os buracos do sistema por onde desaparece o nosso dinheiro, o dinheiro que pagamos de impostos. Querem alguns exemplos?A Remuneração Mínima de Inserção (antigo RMG) está a ser concedida, em muitos casos, a quem não precisa.O Fundo de desemprego é outro sorvedouro. Muitos dos que estão a receber o subsídio, quando são chamados para trabalhar, recusam-se evocando várias razões. Ninguém investiga, e esses “desempregados”, continuam a receber e a fazer biscates por fora! Com as reformas passa-se o que já acima se disse. Quem não conhece reformados que ocupam lugares importantes, que recebem salário, e que continuam impunemente a tirar o lugar a outros e a “encher-se” à custa do erário público?Com toda esta “engenharia” o resultado está à vista: ao mesmo tempo que se está a fomentar uma nova classe de parasitas, criam-se condições para que aumente cada vez mais o número de ociosos, de golpistas e de malandros… Que são, em suma, «os chulos» da democracia!
Posted on Agosto 4th, 2006

Mãe


Choraste tanto, minha mãe,
tantas noites, tantos dias!
e só eu sabia também
que choravas quando sorria
Guardámos os dois o segredo
eramos os dois a sofrer
e eu e tu tínhamos medo
de um ao outro o dizer.

Choravas por mim, eu sabia
Eu por ti, chorava também
e muitas vezes me escondia,
para tu não me veres, minha mãe!

Agora que Deus te levou
Choro sozinho à vontade…
Rosário de lágrimas, mãe…
Cada lágrima é uma saudade.
1976



Bom dia!

Comment (1)
Bom dia e bom começo de mês. Comecei este blogue por mera carolice. Tentei várias vezes e com a ajuda de uma menina chamada Isabel já vou conseguindo “alinhavar” umas coisitas…
Isto é mais um desafio que faço a mim mesmo. Nunca é tarde para começar qualquer coisa, pois mesmo cometendo erros, vamos aprendendo.
Gostaria de trocar impressões com outras pessoas. Fico à espera…
Posted on Agosto 1st, 2006

Bandeko ya ngai

Ngai nazalaki na Congo Belge mbula tuku misatu. Bantu bazalaki na mboka oyo soki libusu na pendance, soki nsima, batinda ngai mukanda na blog oyo pona kuluba likambu na mboka yango.
Nakulambela binu!
Mbote mingi….
Posted on Agosto 1st, 2006
Vous avez déjà essayé?
Oh! Que c’est bon chier dans l’eau!…On voit sa merde qui nage !…Si je saurais que c’était si beau,J’aurais chié davantage !
Posted on Julho 31st, 2006

Em dia de aniversário


Envelhecer é uma arte. E, como todas as artes, é preciso cultivá-la. Gostar dela. Admitir as suas limitações e brincar com elas. Cada idade tem os seus encantos. O que acontece é que muitas vezes não os sabemos procurar. Também não devemos apregoar que sabemos tudo mercê da experiência adquirida, porque cavamos um fosso à nossa volta. E somos rejeitados! As novas gerações são avessas a conhecimentos baseados na prática e na experiência. É a teoria que impera. Não adianta remar contra a maré…E nesta sociedade materialista em que vivemos ou adoptamos a modernidade como um complemento da arte de envelhecer ou corremos o risco de cair no isolamento – essa ilha perdida no mar imenso, que é a indiferença!E para que essa renovação seja apropriada e eficaz, a boa disposição e o bom humor são ajudas imprescindíveis. O riso é como o limpa brisas do automóvel: - mesmo sem conseguir parar a chuva, ele permite que continuemos a viagem. Aceitar os caprichos da vida como Deus no-los impõe, sem dramatismos, com resignação e fé, fazendo da boa disposição um escudo contra o mau humor, é um dos remédios para conservar a juventude do espírito. Por isso, como há tempos escrevi: «Não! Eu nunca serei um velho. / Por tudo aquilo que sinto, / E quando me vejo ao espelho, /Ele me diz que não minto.»Por vezes, nesses momentos, uma ilusão fugaz invade-me o espírito e, como relâmpagos, pedaços da adolescência riscam o céu da minha longa existência, iluminam o pensamento, e dão mais brilho aos meus olhos cansados!E então, como num velho filme a preto e branco, as recordações, em imagens desbotadas, perpassam-me pela retina: e lá estão os brinquedos e os locais onde brincávamos – o pião, a bilharda, o banho nas águas cristalinas do açude do rio, os rostos dos amigos de infância… E tantos que já partiram! …Quanto a mim e com a ajuda de Deus, «Vou saboreando este gosto, / Serenamente, com calma, / Conservando no meu rosto, / Esta paz que me vai na alma.»Mas nem sempre o reencontro com o passado é pacífico. Muitas vezes as lutas que interiormente travo só me trazem desgostos e frustrações. É difícil, muito difícil estabelecer um consenso e manter quieto o fiel da balança, porque num dos pratos estão os marcos de pedra do passado; no outro as balizas electrónicas do presente. Um desequilíbrio abismal! Mas a minha teimosia é mais forte. E continuo a lutar, e mesmo «Quando a vida estiver finda, / Já dentro do meu caixão, / Eu direi sempre, sempre e ainda, / Morto, sim, mas velho, NÃO!…»

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