Papagaios
e Pokémons
Realizou-se há pouco, numa das ilhas do
Arquipélago das Canoras, um Congresso Internacional de Ornitologia, cujo tema
versava sobre “A importância dos papagaios na Sociedade virtual dos Pokémons.”
Causou grande surpresa no auditório a intervenção
do conhecido e controverso ornitólogo português Jerry Ngonza, ao apresentar uma
variedade de psitácidas pouco conhecida e à qual deu o nome de “Lissabonae
Papagaius”.
Perante uma assistência que o escutava de boca
aberta o orador discorreu horas a fio sobre as características ímpares da ave
portuguesa.
Segundo o enviado especial da RTP (Radio
Transmission of Parrots) foi tão convincente a intervenção do delegado
lusitano, que os expoentes máximos da Ornitologia Internacional mostraram de
imediato vontade de visitar o nosso País para presenciarem «in loco», a
coabitação penosa, mas palradora, dos diversos bandos no hemiciclo do
Palratório Nacional.
Ao apresentar a ave trepadora portuguesa, Ngonza
atribui-lhe predicados jamais encontrados noutras famílias de psítacos, acrescenta
o relato do enviado especial português: “Sem necessidade de um «habitat»
específico, podendo manter-se em liberdade quase ilimitada, aclimatando-se a
diferentes e variadas matizes, a nova espécie distingue-se ainda das suas
congéneres pela sua invulgar capacidade de imitação da voz humana.
Tais características contribuem para que num
futuro próximo o «Papagaio de Lisboa» suplante todos os seus semelhantes, desde
o «Amazona Palmarum», passando pelo “Erythecus” africano e acabando no “Golias”
da Índia…”
Enquanto alguns congressistas reconheciam ser o
nosso País aquele que alberga os melhores e mais exímios exemplares da arte de
papaguear, outros viram no «Lissabonae Papagaius” apesar da sua aparência
exterior e da sua bela plumagem, uma espécie condenada à extinção, vítima da
sua exagerada bazófia e da sua cansativa verborreia.
Em qualquer dos casos, e apesar das
divergências e pontos de vista discordantes da parte de alguns congressistas,
uma sondagem final do repórter reforça a ideia inicial de que serão muitos os
turistas que no mês de Agosto visitarão Portugal. Mais do que qualquer promoção
turística, a curiosidade dos congressistas e acompanhantes fará com que a
afluência de visitantes registe números jamais alcançados!
De facto, acompanhar presencialmente a
convivência entre as diferentes espécies de aves que, de cristas eriçadas,
quase se “depenam”, tem outro “sabor” do
que vê-las, via TV, no respectivo Canal.
Além disso, o Palratório Nacional, parece ser o
local ideal para apanhar Pokémons. E como sabemos, cá no rectângulo, agora, «o
que é virtual, é que é bom.»
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