segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Prepotência e Infalibilidade


Um dos traços de personalidade que sempre odiei e que está na minha lista-negra é a prepotência.
Tive sempre muita dificuldade em conviver ou trabalhar com pessoas prepotentes, mas infelizmente o que mais se vê por aí nestes tempos, são esses exemplares presunçosos, egoístas e geralmente mal formados.
O principal problema da prepotência é que ela parte de um princípio absolutamente improvável.
O prepotente julga-se sempre o mais apto, o melhor, o mais capacitado, o mais conhecedor seja qual for a área em que exerce a sua influência. Muitos deles conseguem até ser “mais” e “melhores” em várias áreas simultaneamente!
E isso é o que mais revolta me causa!
Um dos postulados mais básicos da filosofia já diz que, quanto mais se sabe, mais se sabe que não se sabe nada ou, dito de outra maneira, quanto mais conhecimento se adquire, mais se tem a noção de que ainda se tem muito que aprender.
Ultimamente tenho percebido que uma segunda característica da prepotência é tão ou mais danosa do que essa condição de “sabe-tudo”. É a infalibilidade. Os prepotentes acreditam que são infalíveis.
Eles nunca erram. Ou, se erram, nunca é culpa deles. E tenho notado que essa característica nem sempre vem acompanhada do tradicional “sabe-tudo” da prepotência.
Devo ter sido educado de forma errada mas, para mim, errar faz parte do processo de aprender.
Nenhuma criança começa a caminhar quando completa 9 meses de idade.
Tudo isso faz parte de um processo: a criança começa por gatinhar, por dar quedas, por se levantar, manter-se uns instantes de pé e só depois de algum tempo consegue manter o equilíbrio e, finalmente atingir o modo normal da locomoção.
Durante a minha já longa caminhada tenho notado que aqueles que querem aprender a correr depressa subestimando a marcha do companheiro do lado, geralmente acabam, de facto, por chegar primeiro, mas enchem-se de tanta sapiência e imprimem tanta velocidade aos seus passos que, terminam o “percurso” sozinhos, sem amigos que os aplaudam.  

Aprender a ser um cidadão de corpo inteiro é um processo contínuo de crescimento. E esse crescimento deve ser acompanhado de muita compreensão, de muito respeito pelos outros e sobretudo de muita humildade.

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