Um
dos traços de personalidade que sempre odiei e que está na minha lista-negra é
a prepotência.
Tive
sempre muita dificuldade em conviver ou trabalhar com pessoas prepotentes, mas infelizmente
o que mais se vê por aí nestes tempos, são esses exemplares presunçosos,
egoístas e geralmente mal formados.
O
principal problema da prepotência é que ela parte de um princípio absolutamente
improvável.
O
prepotente julga-se sempre o mais apto, o melhor, o mais capacitado, o mais conhecedor
seja qual for a área em que exerce a sua influência. Muitos deles conseguem até
ser “mais” e “melhores” em várias áreas simultaneamente!
E
isso é o que mais revolta me causa!
Um
dos postulados mais básicos da filosofia já diz que, quanto mais se sabe, mais se
sabe que não se sabe nada ou, dito de outra maneira, quanto mais conhecimento
se adquire, mais se tem a noção de que ainda se tem muito que aprender.
Ultimamente
tenho percebido que uma segunda característica da prepotência é tão ou mais
danosa do que essa condição de “sabe-tudo”. É a infalibilidade. Os prepotentes
acreditam que são infalíveis.
Eles
nunca erram. Ou, se erram, nunca é culpa deles. E tenho notado que essa
característica nem sempre vem acompanhada do tradicional “sabe-tudo” da prepotência.
Devo
ter sido educado de forma errada mas, para mim, errar faz parte do processo de
aprender.
Nenhuma
criança começa a caminhar quando completa 9 meses de idade.
Tudo
isso faz parte de um processo: a criança começa por gatinhar, por dar quedas,
por se levantar, manter-se uns instantes de pé e só depois de algum tempo
consegue manter o equilíbrio e, finalmente atingir o modo normal da locomoção.
Durante
a minha já longa caminhada tenho notado que aqueles que querem aprender a
correr depressa subestimando a marcha do companheiro do lado, geralmente acabam,
de facto, por chegar primeiro, mas enchem-se de tanta sapiência e imprimem
tanta velocidade aos seus passos que, terminam o “percurso” sozinhos, sem amigos
que os aplaudam.
Aprender
a ser um cidadão de corpo inteiro é um processo contínuo de crescimento. E esse
crescimento deve ser acompanhado de muita compreensão, de muito respeito pelos
outros e sobretudo de muita humildade.
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