O futuro de um País passa,
imprescindivelmente, pelas salas e recreios da Escola. É aí que começam a
formar-se as pequeninas almas que amanhã constituirão os homens do futuro. A
seguir aos pais é ao professor, – que ensina as primeiras letras e constrói a
ponte entre a casa paterna e a Vida – que compete a difícil tarefa de edificar
os pilares que permitam essa passagem. É uma profissão que não pode ser
comparada com outra qualquer. Ela é uma arte, um sacerdócio! Infelizmente, assim
não acontece. O desempenho do professor como formador de homens de amanhã tem
vindo a degradar-se continuamente.A luta que todos os dias se trava pela
obtenção de um emprego, faz com que o número de "professores
amadores" seja cada vez mais elevado e a qualidade do ensino e da educação
ministrados, desça em proporção.
Instruir e educar eram outrora
princípios pelos quais se regiam os mestres. Hoje, se muitos seguem ainda essa
norma, grande parte desconhece-a completamente. São disso frequentes e flagrantes
os exemplos que se nos deparam no dia-a-dia. Aqueles que já ultrapassaram o
meio século sabem bem que a instrução andava sempre de braço dado com a
educação. O professor, ao mesmo tempo que instruía, educava. Quando a criança
se apresentava na escola com uma educação rudimentar, desconhecendo algumas das
regras do comportamento social, o professor, preparado para complementar essa
lacuna, preenchia-a, ensinando-lhe esses princípios básicos conjuntamente com
as primeiras letras.
Não possuo qualificação suficiente para
imitir juízos sobre a justiça das reivindicações e das queixas que não cessam
de ser feitas, quer por parte de educadores, quer de educandos.
Tenho no entanto uma certeza que creio
ser igual à de milhares de outros cidadãos: muita coisa corre mal no que diz
respeito ao sistema de educação adoptado entre nós. Dizem muitos que o novo
homem, assim como as estruturas institucionais se devem moldar às exigências
das Técnicas modernas e que o computador e a Internet são as ferramentas
essenciais para essa nova prática. Há mesmo quem preconize que será esta última
a resolver todos os problemas das famílias!...
Ninguém pode negar que a evolução da
ciência e da técnica trouxeram à Sociedade grandes benefícios. Mas também
ninguém pode tentar esconder que ao longo desse processo o Homem tem sido –
embora com algumas excepções – desumanizado e despido da tradicional tessitura
moral que lhe vestiram no berço. Daí que as Instâncias competentes devam
providenciar no sentido de que o professor-máquina, não usurpe o lugar ao
professor-pessoa, competente e íntegro. Só assim se poderão preservar os mais
ricos valores de um Povo
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