Muito se tem escrito e falado acerca de
Confrarias disto, daquilo e daqueloutro, porém nada tenho lido sobre a “Brigada
do Croquete”, que é também uma Instituição de cariz folclórico e relacionada
com práticas pantagruélicas e libações báquicas.
Sem desprimor para as demais, esta é, no
meu entender, a Instituição portuguesa mais democrática, portanto a mais
popular e a mais aberta - a mais democrática porque a ela todos podem ter
acesso, seja nobre ou plebeu, doutor ou analfabeto; mais popular, porque não há
hierarquias, não há chefes nem vice-chefes; e a mais aberta, porque as suas mais
importantes reuniões têm entrada grátis.
As “Brigadas do Croquete” existem de
Norte a Sul do País e ao contrário do que acontece com outras associações do
género, não são regidas por espartilhados estatutos ou quaisquer regulamentos.
No entanto isso não impede que os seus
membros não cumpram determinadas regras. Por exemplo, a sua assiduidade é
exemplar!
A sua presença é mais frequente em
acontecimentos de índole política, pois como sabemos, há muita gente que tem a
barriga no cérebro e o Croquete desempenha um elevado poder sedutor e ao mesmo
tempo anestesiante no que diz respeito à percepção instintiva da ciência
política.
Assim, à mais pequena inauguração, à
mais insignificante requalificação e até mesmo à reinauguração de um fontanário
já inaugurado, os seus membros nunca faltam.
E mesmo quando o vento sopra do
quadrante oposto, eles não falham, porque nos seus guarda-fatos há sempre
fatiotas especiais a condizer com a cor da organização do acontecimento.
Os membros da “Brigada do Croquete” não
são esquisitos. Em questões de paparoca eles são polivalentes - e tanto alinham
no croquete como numa boa sardinhada ou numa feijoada ornamentada com fatias de
porco no espeto.
Os membros da “Brigada do Croquete”,
geralmente, não têm clube ou se o têm não usam emblema. Batem palmas em todos
os “encontros”, porque no final são eles que ganham, pois vão comendo à custa
do Orçamento e como diz o ditado,” ou comem todos ou não há moralidade”...
E por falar em moralidade, os membros da
“Brigada do Croquete” não são de intrigas, pois nunca criticam nem os assuntos
discutidos nem aqueles que os discutem...
E não o fazem, porque nunca ouvem
patavina do que se diz durante a arenga. Uns, porque aparecem apenas na altura
de dar ao dente e outros, porque estão já a pensar no croquete, na sardinhada
ou no porco no espeto.
Chamem-lhes tolos...
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