sábado, janeiro 02, 2016

É NATAL!...


É NATAL!...

E cada vez o Natal é menos Natal!
Bem sei que nem todos estarão de acordo comigo, mas o verdadeiro Natal, aquele Natal humilde e silencioso, o Natal do Menino Jesus desapareceu.
O que se festeja em seu lugar é o homem que a Coca-Cola vestiu de vermelho, com um gorro a condizer, umas barbas brancas, um saco às costas e um nome – “Pai Natal”!...
O “outro” Natal, o do Menino Jesus, não se coadunava com a operação comercial e consumista que todos os anos dá origem a esbanjamentos desproporcionados!
Não vou, por isso, falar de Natal, mas contar-vos uma espécie de parábola -  a das  quatro velas.
Na Igreja da minha aldeia há uma coroa – a Coroa do Advento. Nela há quatro velas que ardem lentamente. Quando há dias lá fui rezar, era tal o silêncio, que pude ouvir o que diziam umas às outras:
Disse uma:
«Eu sou a Paz, mas as pessoas não conseguem manter-me acesa e penso que em breve eu me apagarei…»
A chama foi diminuindo pouco a pouco até que se apagou.
A segunda disse:
«Eu sou a Fé, mas, infelizmente, eu sei que estou a mais. Ninguém quer saber de mim. Portanto não vejo motivo para que continue a alumiar quem não quer ver…»
Entretanto, a porta abriu-se, uma leve brisa soprou mais forte e a vela apagou-se!
E, então, disse a terceira, tristemente:
«Eu sou a solidariedade e o Amor, mas não tenho força para continuar acesa. As pessoas não me ligam e não compreendem quanto sou importante – ser solidário, amar a Deus, ao próximo, tudo isso esquecem…»
E sem mais, a chama extinguiu-se.
De repente, pela porta semi-aberta, entrou uma criança. Quando viu as três velas apagadas, exclamou: «Mas o que é isto? Vocês deveriam estar todas acesas. Quem vos apagou? …» E começou a chorar.
E então a quarta vela falou, e disse:
«Não chores! Enquanto eu conservar a minha chama, poderei sempre acender as velas que se apagaram… Eu sou a Esperança!»
Ouvindo isso, a criança, com os olhitos ainda húmidos, mas brilhantes pegou na vela da esperança e acendeu as outras…
Que a esperança nunca se apague, e que cada um de nós saiba ser essa ferramenta que a criança necessita para manter bem acesas as velas da Paz, do Amor, da Fé e da Solidariedade!  
Bom Natal para todos.

 

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