O meu nome
é “Dois mil e dezasseis”
Nasci há pouco. E foi um nascimento difícil. E muito longo…
Os quatro Esculápios que assistiram ao parto perderam muito tempo até chegarem
a um consenso quanto à minha vestimenta política, pois como era canhoto e só
havia indumentárias para destros, a confecção demorou o seu tempo.
Não sei ainda como, nem qual vai ser o meu percurso, pois os
dozes envelopes com o itinerário, mantêm-se fechados e, cada um deles vai ser
aberto apenas no final de cada mês. Quer isto dizer que nasci com os olhos fechados e que irei abri-los, lentamente, à medida que os meses forem chegando ao fim…
Desde já apelo aos que nos governam para que reflictam sobre o momento crucial que o Mundo atravessa presentemente. Apesar de nada estar ainda perdido, é tempo de prevenir, de acautelar e de não facilitar.
Nesta nossa velhinha Europa, que foi berço de civilizações, reina hoje a confusão e sucedem-se as indefinições. De nada têm valido as constantes cimeiras, encontros, acordos e compromissos. No sistema de relações entre Estados e Povos flutua numa nuvem de incertezas e inseguranças cujos contornos se apresentam impossíveis de delimitar. Este latente mal-estar geral de que nos dão conta todos os dias os meios de comunicação vem aumentado progressivamente a frustração das massas sociais, que estão desiludidas pelo não cumprimento das promessas que lhes foram feitas.
Por desconhecimento político ou outro, pensaram certas elites que a solução passava por juntar num único ramalhete o modo de ser e de estar de cada Povo, aplicando a todos as mesmas regras, tornando assim mais fácil a resolução dos problemas de cada um deles!
Como se tem verificado essa solução não se apresenta do mesmo modo e com as mesmas implicações a todos os povos. Assim acontece com Portugal, pois essa união não se apresenta aos portugueses da mesma maneira que aos alemães, franceses ou outros.
No estado nada animador em que Portugal se encontra, e apesar dos optimismos fáceis dos que, a tempo, souberam acomodar-se não é tempo para ilusões. O “deixa-andar” pode ser cómodo, mas é perigoso e a acção impõe-se com uma urgência que cresce todos os dias.
Todos sabemos que estamos a ser colonizados por povos sem história, mas com alto grau tecnológico. Estamos a ser vítimas dos fanáticos do materialismo.
Por tudo isso e sem deixar de cumprir quaisquer internacionalismos assumidos, se quisermos continuar Portugal está na hora de todos fazermos um sincero e profundo apelo ao “sentido do nacional”.
A História nem sempre é feita de fatalidades. Ela deixa sempre uma margem – embora estreita- de escolha e de decisão.