sábado, abril 18, 2009

Páscoa 2009




«SENHOR, DESCE DA CRUZ!...»
Há, na circulação dos anos, e sempre que olhamos o caminho percorrido, épocas, dias ou momentos da vida em que parece faltar qualquer coisa que preencha este vazio da crescente desumanização do mundo... Qualquer coisa que faça ressuscitar o sonho perdido e mantenha viva a esperança e a força para enfrentar os imprevisíveis combates que diariamente surgem na nossa vida. E só nos libertamos dessa angústia, dessa solidão, quando encaramos a vida através da fé na Ressurreição.
E é tempo agora, porque Cristo ressuscitou! É Primavera. E a Natureza que acordou florida associa-se também a esta passagem da Morte para a Vida.
A Ressurreição é o fundamento da nossa Fé e da nossa Esperança. A Páscoa é por isso a festa do Amor, da Alegria e da Fraternidade. Mas é também, e sobretudo, tempo de reflexão!
O sofrimento, as injustiças, as lágrimas dos pobres, a poesia, tudo isso é uma espécie de religiosidade e mistério que nos convida a reflectir enquanto percorremos esta caminhada da vida.
Que me perdoe a ilustre poetisa, Maria da Conceição, por lhe ter roubado o título e o poema desta minha crónica de hoje. Mas eu não sabia melhor dizer, melhor pedir... nem melhor fazer:

«Somos semente, pela mão de Deus
Lançada, à Terra, como grãos de trigo,
Que germinou; mas quantos filhos Seus
Já não vêem, no Pai, o grande Amigo!

Esp'rança e Fé, virtudes lá dos Céus,
Com Caridade, um manto, bom, de abrigo,
Destes três dons fez uso São Mateus
Por Fé, foi mártir, não temeu o perigo!

Teu coração, oh, Deus, Sagrada Oferta
Nos enviaste em Teu filho Jesus
Que devolvemos feito chaga aberta!

É para Ele que vai um grito rouco:
Perdão, Senhor, mas desce dessa Cruz,
Vem pôr, na ordem, este Mundo louco.»

Este Mundo louco onde a inovação ocupou o lugar da sabedoria, a segurança social substituiu a família e a arrogância nos matou a serenidade. Em nome do nosso bem-estar e sem nos apercebermos estamos a perder Deus, porque renegamos as Suas leis naturais!...
«Perdão, Senhor, mas desce dessa Cruz, vem pôr na ordem este Mundo louco...»

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