sábado, abril 18, 2009

Temperaturas




«Em política, o absurdo não é um obstáculo».
Napoleão
Segundo um infiltrado que há anos mantenho no circuito político, os prestidigitadores da governança cá do rectângulo, preparavam-se, há dias, para lançar um novo imposto. Mais um… E agora calem-se os que andam por aí a dizer que os nossos políticos não têm ideias. Ai que não têm. Quando se trata de encontrar “fontes” de rendimento, são tantas as que fervilham naqueles iluminados crânios que nem lava a sair de cratera de vulcão!
É verdade. Baseando-se no nosso clima que é um dos melhores desta velhinha e decrépita Europa, os tosquiadores deste rebanho à beira mar tresmalhado, propunham-se criar um novo imposto, a que seria dado o nome de Imposto Meteorológico!
E vejam a astúcia dos pegureiros: calcularam uma temperatura média de base e por cada grau acima, cada um dos habitantes da região onde se verificasse uma subida pagaria uma taxa de 1 Euro equivalente ao “excesso calórico”.
Nas áreas que não atingissem a média estabelecida, por cada grau abaixo pagaria o indígena uma taxa da mesma importância, equivalente ao «desequilíbrio térmico».
Mesmo processo para os dias de chuva: cálculo da humidade média e taxa de higrometria aplicada aos «mais» e aos «menos» na mesma proporção.
No Inverno, o diploma referia-se também ao dispêndio com o aquecimento, surgindo neste capítulo a primeira desigualdade entre cidadãos do mesmo País. Com efeito o preço do gasóleo, do gás e da electricidade seria mais elevado no Sul e mais baixo no Centro e no Norte. Em Beja, por exemplo, o litro, o quilo ou o quilovátio, respectivamente, seriam mais caros do que em Viseu, na Guarda ou em Vila Real, pois os habitantes da cidade alentejana terão muito menos necessidade de aquecimento do que os indígenas das faldas do Caramulo, da Estrela ou do Marão!...
E esse imposto só não foi avante porque, logo que dele teve conhecimento, o Instituto de Meteorologia e Geofísica, que detém o monopólio das condições climatéricas para Portugal e Ilhas Adjacentes, ter-se ia oposto veementemente classificando-o de «um acto absolutamente inconcebível, porque maioria terráquea, não significa, de maneira alguma, maioria absoluta no que diz respeito aos Astros!»
Que as senhoras e os senhores que "fazem" a chuva e o bom tempo se cuidem. A vingança pode vir a caminho, porque "quem se mete com eles... leva!" E entre eles há quem goste muito de "malhar…"

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