sábado, abril 23, 2016

A FAMÍLIA


O individualismo apossou-se da sociedade de hoje. Os valores, as convicções e até mesmo as tradições são desprezados e trocados por interesses pessoais. Por vezes convenço-me que se está a educar mais para o endeusamento do ter, do que para a valorização do ser.
Penso, por isso, que a Família é a melhor tábua de salvação e a maior fortaleza espiritual para combater esse mal. Os tempos que correm não ajudam aqueles que procuram preservar os valores da honestidade, do carácter, da amizade e da entreajuda.
Muitas vezes as contrariedades da vida fragilizam-nos e levam-nos ao desânimo e ao desespero. E é nesses momentos de angústia que encontramos na Família o medicamento adequado para combater os males que nos afligem. A confiança em nós próprios renasce, a esperança renova-se e ficamos mais fortes para enfrentar os reveses do dia-a-dia. 
A vida é um desafio e nesta sociedade cheia de armadilhas, a Família é o grande amparo que nos pode ajudar a ultrapassar as desilusões que sofremos. Entalado entre o niilismo e o desespero, o homem vai perdendo os valores de referência. Torna-se urgente mudar este estado de coisas e não transformar o homem num “escravo” da tecnologia. Num Mundo desumanizado, o progresso, por vezes, torna-se factor de retrocesso. Com tanta inteligência virtual, ao mesmo tempo que escondemos a realidade destruímos a cultura geral…
O progresso que se pretende tem de ser humanizado e têm de ser fortalecidos os laços que unem a Família. Ela tem de continuar a ser a célula mãe, o pilar da sociedade, assim como a escola tem de continuar a ser um lugar de preparação para o exercício da verdadeira cidadania. Só partindo desses pressupostos será possível construir uma sociedade mais justa, mais solidária e harmoniosa.
Quando falo na Família estou a referir-me àquele conjunto de seres humanos que sente, que pensa e que age ligado pelos mesmos sentimentos, entrelaçado pelos mesmos afectos, onde a honestidade, o respeito, a humildade, o carinho e os restantes valores morais e espirituais norteiam as suas vidas. Só essa união entre pessoas poderá fazer frente aos grupos organizados que tratam o povo como um rebanho e que, propositadamente, e porque lhes interessa não o protegem das feras, dos poderosos…
O mundo precisa de uma nova cultura do espírito e de uma nova doutrina de solidariedade que seja aplicada na prática e não apenas em teoria. O mundo precisa de valores de referência que “humanizem” o próprio homem. E só no seio de famílias como aquela a que acima me referi se pode gerar uma força de alma capaz de levar de vencida essa tarefa. Não será fácil, mas com uma Escola onde há mais funcionários do que educadores, só a Família poderá repor a lei da honra tradicional e ‘criar homens de um só rosto e de um só parecer’… Homens que lutem para tornar a sociedade limpa e inteligente, fecundada pelo esforço de todos e dirigida pelos melhores, com o único desejo de trabalhar para o bem comum.













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