sábado, janeiro 31, 2015

O COLÉGIO PORTUGUÊS DE KINSHASA


 
Na Diáspora portuguesa há factos que merecem ser divulgados, pois eles mostram à saciedade a grande capacidade de adaptação de criatividade e de amor à língua e às suas raízes de muitos milhões de portugueses espalhados pelo Mundo. Também só eles experimentaram e sentiram dentro do peito esse sentimento tão indescritível quão doloroso que é a saudade!...
A propósito, vou falar-vos hoje do Colégio Português de Kinshasa, fundado pelos portugueses ali residentes, em 25 de Fevereiro de 1947 com o nome de “Casa dos Portugueses”.
Em 9 de Abril de 1951 foi legalizada a sua personalidade civil e convocada a sua primeira Assembleia Geral para aprovação dos Estatutos e nomeação do primeiro Conselho de Administração. Funcionou até essa data e mesmo anteriormente a 1947, sob a forma de uma associação privada com uma direcção ad hoc.
Em 28 de Janeiro de 1954 a “Amicale Portuguesa” que era um clube recreativo e desportivo por excelência, - uma espécie de secção desportiva da Casa dos Portugueses - que durante anos com a sua valorosa equipa de futebol transformava as tardes de Domingo em quentes e entusiásticas manifestações do desporto-rei, foi integrada na Associação tendo sido nomeado para seu Presidente, Raul de Sousa, então Cônsul de Portugal na Embaixada de Portugal em Kinshasa.
Em 1972 foi inaugurada a primeira fase do bloco escolar destinada a aulas e instalação dos serviços administrativos. O corpo docente era constituído por professores idos de Portugal. Além das classes Infantil, Pré-primária, Primária Elementar e Ciclo Preparatório do Ensino Secundário, foi incluído nesse ano o Curso Geral dos Liceus, iniciando-se com o 1.º ano que se prolongaria até ao 3.º ano, antigo 5.º ano.
Para presidir aos exames deslocava-se a Kinshasa um elemento da Direcção dos Serviços de Inspecção e de Educação de Angola.
No ano escolar de 1971/1972 a frequência do Colégio em todos os escalões de ensino foi de 281 alunos, incluindo alguns angolanos.
Muito mais haveria a acrescentar acerca do Colégio Português de Kinshasa, mas apenas me refiro a esse ano lectivo por possuir elementos para o fazer, visto ter feito parte do Conselho de Administração.
E refiro-me hoje a este facto por sentir saudades desse tempo. E nessas ocasiões nada melhor do que folhear o livro de recordações e deixar voar a imaginação...

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