Na Diáspora portuguesa há factos que
merecem ser divulgados, pois eles mostram à saciedade a grande capacidade de
adaptação de criatividade e de amor à língua e às suas raízes de muitos milhões
de portugueses espalhados pelo Mundo. Também só eles experimentaram e sentiram
dentro do peito esse sentimento tão indescritível quão doloroso que é a
saudade!...
A propósito, vou falar-vos hoje do
Colégio Português de Kinshasa, fundado pelos portugueses ali residentes, em 25
de Fevereiro de 1947 com o nome de “Casa dos Portugueses”.
Em 9 de Abril de 1951 foi legalizada a
sua personalidade civil e convocada a sua primeira Assembleia Geral para
aprovação dos Estatutos e nomeação do primeiro Conselho de Administração.
Funcionou até essa data e mesmo anteriormente a 1947, sob a forma de uma
associação privada com uma direcção ad
hoc.
Em 28 de Janeiro de 1954 a “Amicale
Portuguesa” que era um clube recreativo e desportivo por excelência, - uma
espécie de secção desportiva da Casa dos Portugueses - que durante anos com a
sua valorosa equipa de futebol transformava as tardes de Domingo em quentes e
entusiásticas manifestações do desporto-rei, foi integrada na Associação tendo
sido nomeado para seu Presidente, Raul de Sousa, então Cônsul de Portugal na
Embaixada de Portugal em Kinshasa.
Em 1972 foi inaugurada a primeira fase
do bloco escolar destinada a aulas e instalação dos serviços administrativos. O
corpo docente era constituído por professores idos de Portugal. Além das
classes Infantil, Pré-primária, Primária Elementar e Ciclo Preparatório do
Ensino Secundário, foi incluído nesse ano o Curso Geral dos Liceus,
iniciando-se com o 1.º ano que se prolongaria até ao 3.º ano, antigo 5.º ano.
Para presidir aos exames deslocava-se a
Kinshasa um elemento da Direcção dos Serviços de Inspecção e de Educação de
Angola.
No ano escolar de 1971/1972 a frequência
do Colégio em todos os escalões de ensino foi de 281 alunos, incluindo alguns
angolanos.
Muito mais haveria a acrescentar acerca
do Colégio Português de Kinshasa, mas apenas me refiro a esse ano lectivo por
possuir elementos para o fazer, visto ter feito parte do Conselho de
Administração.
E refiro-me hoje a este facto por sentir
saudades desse tempo. E nessas ocasiões nada melhor do que folhear o livro de
recordações e deixar voar a imaginação...
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