sexta-feira, dezembro 12, 2014

A VELHINHA EUROPA


 
Os que costumam ler os meus rabiscos, já devem ter notado que sou um apaixonado por coisas antigas com especial interesse por tudo o que se relacione com a História, os usos ou os costumes dos Povos…
Há dias, numa ronda pela minha biblioteca, encontrei um antigo livro, já esfarrapado e com falta de algumas páginas, que despertou a minha curiosidade. Comecei a folhear e eis que dei com esta “pérola” centenária, que gostaria de partilhar convosco, não só pela sua pertinência como também por algumas coincidências.
Trata-se de um excerto de um livro escrito por volta de 1906 por um escritor inglês, William Stanley, com o título “The case of de fox”, páginas 30 a 34. Escreveu o autor:
«Em 1930 para fazer frente ao poderio dos Estados Unidos da América, formar-se-ão os Estados Unidos da Europa, cuja capital será Paris. Ali se reunirá o parlamento do qual sairão as leis para toda a comunidade europeia.
As discussões far-se-ão em inglês, pois este idioma será a língua universal.
Cada um dos antigos Estados terá uma assembleia legislativa especial encarregada de regular os assuntos internos. Todos os Estados se terão convertido em Republicas…»
Quase na mesma altura da profecia de William Stanley, um jornal estrangeiro publicava o seguinte texto: «O historiador e sociólogo francês, M. Anatole Leroy-Beaulieu que se encontra nos Estados Unidos proferindo várias conferências, afirmou na da Alliance Française, de Chicago, que era certa a formação dos Estados Unidos da Europa, acrescentando que mesmo que ela não se fizesse no século XX, ela era indispensável. Porém três nações europeias ficariam de fora: Grã-Bretanha, porque se combinaria com os Estados Unidos; Rússia, porque formaria uma grande nação por si só e a Turquia porque sem ficar materialmente excluída da federação, perderia a sua identidade nacional se a integrasse.
A União Europeia impor-se-á para fazer frente à agressão norte americana e ao “perigo amarelo”. Ainda segundo o conferencista, e segundo verificou, os Estados Unidos tinham a tendência de olhar para a Europa continental com a mesma consideração que sentem os filhos para com os pais caídos em decrepitude, cuja utilidade passou à história….».
É uma espécie de “premonição”, mas também a prova de que, um século depois, a velhinha e decrépita Europa continua o seu caminho e isso apesar dos maus-tratos por que tem passado...

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