sábado, maio 10, 2014

ESTE PAÍS É BOM PARA QUEM?


 
A frase é frequente, e raro é o dia em que não a ouçamos nas suas duas versões – uma referindo-se a velhos e outra à geração mais nova.
Enquanto uns afirmam que o País não é para velhos, outros dizem o mesmo em relação aos mais jovens… Mas afinal, em que ficamos? Para quem é que este País é bom?  
Há dias, quando matutava no assunto, eis que, de repente, - como raio de sol que espreita por uma nesga de uma nuvem negra- um jornal diário dissipou as minhas dúvidas e obtive a resposta.
E só não disse Eureka, porque sou contra plágios e estrangeirismos e também porque não quis perturbar o sono eterno do sábio grego. E exclamei para com os meus botões: Achei!...Finalmente descobri para quem este País é bom…
Este País é bom para os que mandam, para os que os acompanham e sobretudo para todos os ex-governantes e afins. Para esses, Portugal é um paraíso terrestre.
Catrogas, Cardonas, Pereiras, Penas, Pintos, Macedos, Mateus, etc., etc., são alguns desses privilegiados que lá do alto dos seus chorudos salários contemplam com indiferença esses milhões de pessoas que tentam sobreviver com ordenados e pensões de miséria.
Dos sete, se tomarmos como exemplo o ex-ministro Catroga que auferiu em 2013 um salário mensal de cerca de 35 mil euros, facilmente encontraremos a razão pela qual chegámos à situação em que nos encontramos. Mas, e infelizmente, há ainda muitos outros a receber quantias exorbitantes como é o caso dos gestores de várias Empresas do Estado.
Como é possível tanta injustiça? Como é possível deixar que muitos morram de fome e outros ganhem salários de nababos?
Como conseguem viver os que trabalham e ao fim do mês recebem o salário mínimo ou os idosos que auferem uma pensão mensal que não ultrapassa os 300 euros?
Qualquer generalização é injusta e até odiosa, Mas é impossível não ficarmos indignados perante tamanho insulto aos milhões de pobres que tentam sobreviver por esse País fora.
Estamos fartos de ouvir falar de solidariedade e verificar que na prática a palavra é apenas uma figura de retórica, usada pela classe política para emoldurar os seus longos e ocos discursos.
Esses ícones de um Mundo irreal e injusto que a máquina-política guindou ao pódio – muitas vezes sem esforço próprio ou merecimento justificado- deveriam ter um pouco mais de dignidade e de nobreza. Mas não têm. Hoje vivemos num mundo de famosos, de heróis fictícios, alguns falsos, fabricados pela política e pelos órgãos de comunicação social.
E é para muitos desses que Portugal é bom!...

 

 

 

 
 
 

 

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