Neste mundo andamos todos com o tempo
controlado. Mais dia, menos dia e, às vezes, sem tempo de fazer a mala, lá vai
o indígena de viagem… E tanto pode levar uma carta de recomendação para S.
Pedro, como uma carrada de processos arquivados para alimentar as fornalhas do
Inferno!
Vem isto a propósito dos cuidados que
devemos ter com a alimentação que fazemos. Como se não bastassem já as terríveis
doenças que não têm cura, os "cientistas" de serviço ameaçam-nos
agora com os venenos que diariamente ingerimos.
Dizem eles que desde a carne de vaca e
do mercúrio dos peixes do mar, passando pelos pesticidas dos legumes, pelos
metais pesados escondidos na água que bebemos, pelos nitritos da carne de porco,
pelas gorduras saturadas dos fritos,
pelo colesterol da manteiga, pelas hormonas dos galináceos, andamos a
meter cá para dentro coisas tão perigosas que é inevitável a explosão!...
Em face de todos esses perigos, e não só
porque foi sempre meu desejo morrer velho e são, mas também porque quero adiar
o mais possível a tal "viagem", decidi adoptar, como medida de
precaução, as regras adequadas. Portanto, nada de carne de vaca... Apenas a de
boi; peixe do mar, nem vê-lo... Apenas o enlatado; água, só para tomar banho...
Para o resto, vinho; carne de porco, não entra na salgadeira... Somente a de
porca; gorduras saturadas, nem pensar, porque fritos só com azeite virgem;
manteiga, só ao pequeno-almoço e carne de aves só a de patos bravos que é o que
mais abunda por aí...
No capítulo das sobremesas e por
questões orçamentais, substituímos muitas delas pelo queijo. E perguntar-me-ão
vossências: - "Mas por quê o queijo?” A que eu responderei: - Porque além de
ser rico em cálcio e fortalecer os ossos, diz um ditado antigo que, quem comer
muito, torna-se esquecido... E, meus senhores, nos tempos que correm, o
esquecimento é o melhor e mais barato antídoto contra a loucura que nos rodeia!
Quanto ao ambiente, tomámos também as
nossas precauções. Nada de cuspir para o ar... Antes fazê-lo para o chão.
Contra a poluição, contra cheiros e gases, e no intuito de contribuir para uma
atmosfera mais pura, erradicámos da alimentação os farináceos e, mais
especificamente, o feijão. No jardim, e para adubar as roseiras, em vez de
esterco, estamos a praticar a adubação virtual, espalhando, sobre a terra,
mãos-cheias de promessas - um processo que além de estar na moda é muito mais
barato... Podem estas medidas de nada servirem para adiar a partida para a
outra banda. No entanto, porque vivemos num país fictício, há que alimentar
sempre a esperança de que a ficção se converta em realidade!...
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