Passados
quarenta e dois anos, as comemorações do 25 de Abril têm vindo a perder o
entusiasmo e a participação iniciais, sendo agora festejadas mais de forma
institucional do que popular.
Mudam-se
os tempos, mudam-se as vontades e não são os fantasmas do passado nem a
invocação de velhos medos que restituem a essa data o entusiasmo e a esperança
que já teve. Hoje são outros e bem mais reais os medos que nos atormentam!Se o vírus da famigerada e hipotética “pesada herança” de Salazar acabou por ser extirpado, o mesmo não sucedeu com o vírus que veio com os milhões de Bruxelas. Não obstante o “empurrão” que deu ao País, também nele introduziu muitas doenças, – corrupção, vaidades, riquezas fáceis, compadrio, injustiças, assimetrias sociais – são doenças cujos antídotos estão longe de ser encontrados.
A juntar a esses flagelos, o exercício de cargos políticos deixou de obedecer a convicções e tornou-se num simples jogo de interesses pessoais de grupos organizados, mais dependentes dos dinheiros públicos do que do seu trabalho ou da própria e obrigatória militância.
Os dois pilares que servem de base à Sociedade – a Família e a Escola – deixaram de ter o seu papel preponderante na educação e cultura das gerações vindouras. Enquanto os professores têm medo de estar na escola, os pais, por seu turno, demitem-se das suas responsabilidades, chegando muitas vezes a ser cúmplices do mau comportamento dos filhos. Reivindica-se muito, e produz-se cada vez menos. Perderam-se os hábitos do trabalho e a “caça ao subsídio” transformou-se no desporto mais apetecido. Sucedem-se os governos e os que por eles passam, quando são substituídos, se perderam uma “pasta”, logo lhes oferecem uma “posta”!... Já alguma vez se deram ao trabalho de ver onde se encontram e quanto ganham todos os “ex-qualquer coisa” que exerceram cargos na governação? Já alguma vez tentaram saber quanto somam as faraónicas reformas e mordomias dos ex-presidentes, e as injustas, mas gordas reformas de ex-deputados alguns ainda jovens e com folhas de serviço quase em branco? E já viram alguns desses senhores, – que enchem a boca com solidariedade e ajuda aos que precisam – darem o exemplo e distribuir uma fatia dessas suas benesses pelos pobres?!... É verdade que o Pais está em crise. Mas crise maior é aquela em que se encontra a alma portuguesa. E essa falta de orgulho nacional e o desprezo pelos feitos da nossa gloriosa existência secular estão a reduzir ainda mais a pouca esperança que ainda restava quanto ao nosso futuro como nação livre e independente. Quarenta e dois anos depois o que resta dessa madrugada cheia de esperanças, de promessas mil e da «Terra da Fraternidade»?!...
Abril de promessas mil…
Passados
quarenta e dois anos, as comemorações do 25 de Abril têm vindo a perder o
entusiasmo e a participação iniciais, sendo agora festejadas mais de forma
institucional do que popular.
Mudam-se
os tempos, mudam-se as vontades e não são os fantasmas do passado nem a
invocação de velhos medos que restituem a essa data o entusiasmo e a esperança
que já teve. Hoje são outros e bem mais reais os medos que nos atormentam!
Se
o vírus da famigerada e hipotética “pesada herança” de Salazar acabou por ser
extirpado, o mesmo não sucedeu com o vírus que veio com os milhões de Bruxelas.
Não obstante o “empurrão” que deu ao País, também nele introduziu muitas
doenças, – corrupção, vaidades, riquezas fáceis, compadrio, injustiças,
assimetrias sociais – são doenças cujos antídotos estão longe de ser
encontrados.
A
juntar a esses flagelos, o exercício de cargos políticos deixou de obedecer a
convicções e tornou-se num simples jogo de interesses pessoais de grupos organizados,
mais dependentes dos dinheiros públicos do que do seu trabalho ou da própria e
obrigatória militância.
Os
dois pilares que servem de base à Sociedade – a Família e a Escola – deixaram
de ter o seu papel preponderante na educação e cultura das gerações vindouras.
Enquanto os professores têm medo de estar na escola, os pais, por seu turno,
demitem-se das suas responsabilidades, chegando muitas vezes a ser cúmplices do
mau comportamento dos filhos. Reivindica-se muito, e produz-se cada vez menos. Perderam-se
os hábitos do trabalho e a “caça ao
subsídio” transformou-se no desporto mais apetecido. Sucedem-se os
governos e os que por eles passam, quando são substituídos, se perderam uma “pasta”, logo lhes oferecem
uma “posta”!... Já
alguma vez se deram ao trabalho de ver onde se encontram e quanto ganham todos
os “ex-qualquer coisa”
que exerceram cargos na governação? Já alguma vez tentaram saber quanto somam
as faraónicas reformas e mordomias dos ex-presidentes, e as injustas, mas
gordas reformas de ex-deputados alguns ainda jovens e com folhas de serviço
quase em branco? E já viram alguns desses senhores, – que enchem a boca com
solidariedade e ajuda aos que precisam – darem o exemplo e distribuir uma fatia
dessas suas benesses pelos pobres?!... É verdade que o Pais está em crise. Mas
crise maior é aquela em que se encontra a alma portuguesa. E essa falta de
orgulho nacional e o desprezo pelos feitos da nossa gloriosa existência secular
estão a reduzir ainda mais a pouca esperança que ainda restava quanto ao nosso
futuro como nação livre e independente. Quarenta e dois anos depois o que resta
dessa madrugada cheia de esperanças, de promessas mil e da «Terra da
Fraternidade»?!...
Abril de promessas mil…
Passados
quarenta e dois anos, as comemorações do 25 de Abril têm vindo a perder o
entusiasmo e a participação iniciais, sendo agora festejadas mais de forma
institucional do que popular.
Mudam-se
os tempos, mudam-se as vontades e não são os fantasmas do passado nem a
invocação de velhos medos que restituem a essa data o entusiasmo e a esperança
que já teve. Hoje são outros e bem mais reais os medos que nos atormentam!
Se
o vírus da famigerada e hipotética “pesada herança” de Salazar acabou por ser
extirpado, o mesmo não sucedeu com o vírus que veio com os milhões de Bruxelas.
Não obstante o “empurrão” que deu ao País, também nele introduziu muitas
doenças, – corrupção, vaidades, riquezas fáceis, compadrio, injustiças,
assimetrias sociais – são doenças cujos antídotos estão longe de ser
encontrados.
A
juntar a esses flagelos, o exercício de cargos políticos deixou de obedecer a
convicções e tornou-se num simples jogo de interesses pessoais de grupos organizados,
mais dependentes dos dinheiros públicos do que do seu trabalho ou da própria e
obrigatória militância.
Os
dois pilares que servem de base à Sociedade – a Família e a Escola – deixaram
de ter o seu papel preponderante na educação e cultura das gerações vindouras.
Enquanto os professores têm medo de estar na escola, os pais, por seu turno,
demitem-se das suas responsabilidades, chegando muitas vezes a ser cúmplices do
mau comportamento dos filhos. Reivindica-se muito, e produz-se cada vez menos. Perderam-se
os hábitos do trabalho e a “caça ao
subsídio” transformou-se no desporto mais apetecido. Sucedem-se os
governos e os que por eles passam, quando são substituídos, se perderam uma “pasta”, logo lhes oferecem
uma “posta”!... Já
alguma vez se deram ao trabalho de ver onde se encontram e quanto ganham todos
os “ex-qualquer coisa”
que exerceram cargos na governação? Já alguma vez tentaram saber quanto somam
as faraónicas reformas e mordomias dos ex-presidentes, e as injustas, mas
gordas reformas de ex-deputados alguns ainda jovens e com folhas de serviço
quase em branco? E já viram alguns desses senhores, – que enchem a boca com
solidariedade e ajuda aos que precisam – darem o exemplo e distribuir uma fatia
dessas suas benesses pelos pobres?!... É verdade que o Pais está em crise. Mas
crise maior é aquela em que se encontra a alma portuguesa. E essa falta de
orgulho nacional e o desprezo pelos feitos da nossa gloriosa existência secular
estão a reduzir ainda mais a pouca esperança que ainda restava quanto ao nosso
futuro como nação livre e independente. Quarenta e dois anos depois o que resta
dessa madrugada cheia de esperanças, de promessas mil e da «Terra da
Fraternidade»?!...
Sem comentários:
Enviar um comentário