quinta-feira, maio 26, 2016

ABRIL DE PROMESSAS MIL...


 
Passados quarenta e dois anos, as comemorações do 25 de Abril têm vindo a perder o entusiasmo e a participação iniciais, sendo agora festejadas mais de forma institucional do que popular.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e não são os fantasmas do passado nem a invocação de velhos medos que restituem a essa data o entusiasmo e a esperança que já teve. Hoje são outros e bem mais reais os medos que nos atormentam!
Se o vírus da famigerada e hipotética “pesada herança” de Salazar acabou por ser extirpado, o mesmo não sucedeu com o vírus que veio com os milhões de Bruxelas. Não obstante o “empurrão” que deu ao País, também nele introduziu muitas doenças, – corrupção, vaidades, riquezas fáceis, compadrio, injustiças, assimetrias sociais – são doenças cujos antídotos estão longe de ser encontrados.
A juntar a esses flagelos, o exercício de cargos políticos deixou de obedecer a convicções e tornou-se num simples jogo de interesses pessoais de grupos organizados, mais dependentes dos dinheiros públicos do que do seu trabalho ou da própria e obrigatória militância.
Os dois pilares que servem de base à Sociedade – a Família e a Escola – deixaram de ter o seu papel preponderante na educação e cultura das gerações vindouras. Enquanto os professores têm medo de estar na escola, os pais, por seu turno, demitem-se das suas responsabilidades, chegando muitas vezes a ser cúmplices do mau comportamento dos filhos. Reivindica-se muito, e produz-se cada vez menos. Perderam-se os hábitos do trabalho e a caça ao subsídio transformou-se no desporto mais apetecido. Sucedem-se os governos e os que por eles passam, quando são substituídos, se perderam uma “pasta”, logo lhes oferecem uma “posta”!... Já alguma vez se deram ao trabalho de ver onde se encontram e quanto ganham todos os “ex-qualquer coisa que exerceram cargos na governação? Já alguma vez tentaram saber quanto somam as faraónicas reformas e mordomias dos ex-presidentes, e as injustas, mas gordas reformas de ex-deputados alguns ainda jovens e com folhas de serviço quase em branco? E já viram alguns desses senhores, – que enchem a boca com solidariedade e ajuda aos que precisam – darem o exemplo e distribuir uma fatia dessas suas benesses pelos pobres?!... É verdade que o Pais está em crise. Mas crise maior é aquela em que se encontra a alma portuguesa. E essa falta de orgulho nacional e o desprezo pelos feitos da nossa gloriosa existência secular estão a reduzir ainda mais a pouca esperança que ainda restava quanto ao nosso futuro como nação livre e independente. Quarenta e dois anos depois o que resta dessa madrugada cheia de esperanças, de promessas mil e da «Terra da Fraternidade»?!...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Abril de promessas mil…

Passados quarenta e dois anos, as comemorações do 25 de Abril têm vindo a perder o entusiasmo e a participação iniciais, sendo agora festejadas mais de forma institucional do que popular.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e não são os fantasmas do passado nem a invocação de velhos medos que restituem a essa data o entusiasmo e a esperança que já teve. Hoje são outros e bem mais reais os medos que nos atormentam!

Se o vírus da famigerada e hipotética “pesada herança” de Salazar acabou por ser extirpado, o mesmo não sucedeu com o vírus que veio com os milhões de Bruxelas. Não obstante o “empurrão” que deu ao País, também nele introduziu muitas doenças, – corrupção, vaidades, riquezas fáceis, compadrio, injustiças, assimetrias sociais – são doenças cujos antídotos estão longe de ser encontrados.

A juntar a esses flagelos, o exercício de cargos políticos deixou de obedecer a convicções e tornou-se num simples jogo de interesses pessoais de grupos organizados, mais dependentes dos dinheiros públicos do que do seu trabalho ou da própria e obrigatória militância.

Os dois pilares que servem de base à Sociedade – a Família e a Escola – deixaram de ter o seu papel preponderante na educação e cultura das gerações vindouras. Enquanto os professores têm medo de estar na escola, os pais, por seu turno, demitem-se das suas responsabilidades, chegando muitas vezes a ser cúmplices do mau comportamento dos filhos. Reivindica-se muito, e produz-se cada vez menos. Perderam-se os hábitos do trabalho e a caça ao subsídio transformou-se no desporto mais apetecido. Sucedem-se os governos e os que por eles passam, quando são substituídos, se perderam uma “pasta”, logo lhes oferecem uma “posta”!... Já alguma vez se deram ao trabalho de ver onde se encontram e quanto ganham todos os “ex-qualquer coisa que exerceram cargos na governação? Já alguma vez tentaram saber quanto somam as faraónicas reformas e mordomias dos ex-presidentes, e as injustas, mas gordas reformas de ex-deputados alguns ainda jovens e com folhas de serviço quase em branco? E já viram alguns desses senhores, – que enchem a boca com solidariedade e ajuda aos que precisam – darem o exemplo e distribuir uma fatia dessas suas benesses pelos pobres?!... É verdade que o Pais está em crise. Mas crise maior é aquela em que se encontra a alma portuguesa. E essa falta de orgulho nacional e o desprezo pelos feitos da nossa gloriosa existência secular estão a reduzir ainda mais a pouca esperança que ainda restava quanto ao nosso futuro como nação livre e independente. Quarenta e dois anos depois o que resta dessa madrugada cheia de esperanças, de promessas mil e da «Terra da Fraternidade»?!...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




 
Abril de promessas mil…
Passados quarenta e dois anos, as comemorações do 25 de Abril têm vindo a perder o entusiasmo e a participação iniciais, sendo agora festejadas mais de forma institucional do que popular.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e não são os fantasmas do passado nem a invocação de velhos medos que restituem a essa data o entusiasmo e a esperança que já teve. Hoje são outros e bem mais reais os medos que nos atormentam!
Se o vírus da famigerada e hipotética “pesada herança” de Salazar acabou por ser extirpado, o mesmo não sucedeu com o vírus que veio com os milhões de Bruxelas. Não obstante o “empurrão” que deu ao País, também nele introduziu muitas doenças, – corrupção, vaidades, riquezas fáceis, compadrio, injustiças, assimetrias sociais – são doenças cujos antídotos estão longe de ser encontrados.
A juntar a esses flagelos, o exercício de cargos políticos deixou de obedecer a convicções e tornou-se num simples jogo de interesses pessoais de grupos organizados, mais dependentes dos dinheiros públicos do que do seu trabalho ou da própria e obrigatória militância.
Os dois pilares que servem de base à Sociedade – a Família e a Escola – deixaram de ter o seu papel preponderante na educação e cultura das gerações vindouras. Enquanto os professores têm medo de estar na escola, os pais, por seu turno, demitem-se das suas responsabilidades, chegando muitas vezes a ser cúmplices do mau comportamento dos filhos. Reivindica-se muito, e produz-se cada vez menos. Perderam-se os hábitos do trabalho e a caça ao subsídio transformou-se no desporto mais apetecido. Sucedem-se os governos e os que por eles passam, quando são substituídos, se perderam uma “pasta”, logo lhes oferecem uma “posta”!... Já alguma vez se deram ao trabalho de ver onde se encontram e quanto ganham todos os “ex-qualquer coisa que exerceram cargos na governação? Já alguma vez tentaram saber quanto somam as faraónicas reformas e mordomias dos ex-presidentes, e as injustas, mas gordas reformas de ex-deputados alguns ainda jovens e com folhas de serviço quase em branco? E já viram alguns desses senhores, – que enchem a boca com solidariedade e ajuda aos que precisam – darem o exemplo e distribuir uma fatia dessas suas benesses pelos pobres?!... É verdade que o Pais está em crise. Mas crise maior é aquela em que se encontra a alma portuguesa. E essa falta de orgulho nacional e o desprezo pelos feitos da nossa gloriosa existência secular estão a reduzir ainda mais a pouca esperança que ainda restava quanto ao nosso futuro como nação livre e independente. Quarenta e dois anos depois o que resta dessa madrugada cheia de esperanças, de promessas mil e da «Terra da Fraternidade»?!...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




 

 

 

 

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