terça-feira, novembro 11, 2014

RIR ANTES QUE CHEGUE O IMPOSTO


 
A acreditar na doutrina de ilustres pensadores, de filósofos de renome e de outros seus seguidores, um País em que, pelo menos, oitenta por cento da sua população não ria a bom rir, pode ser considerado uma necrópole de seres vivos!
Entre nós, e segundo uma avaliação muito pessoal, o riso está em queda livre, e dos trinta por cento que ainda riem, grande parte é constituída por políticos, futebolistas e trafulhas…
O que me admira, é que o “Executivo”, – que é um autêntico alfobre de contadores de anedotas – não tenha ainda tomado medidas para combater esta espécie de “sinistrose” endémica!
Mobilizam-se todos os meios de propaganda para incentivar o investimento monetário, mas ninguém pensou ainda em investir no mercado do riso. Isento de IVA, sem necessitar de receita médica, além de ser ainda mais barato do que os “genéricos”, é também a melhor arma para enfrentar o dia-a-dia que cada vez se torna mais difícil de gerir.
Um amigo meu que, nas horas vagas, se dedica ao estudo das antigas formas de humorismo, dizia-me há dias que o célebre general de Napoleão antes de pronunciar a tal palavra de cinco letras que ficou conhecida por palavra de Cambrone teria exclamado (não se sabe bem porquê!...) «Les portugais sont toujours gais!...»
Aqui está mais uma razão para não deixar cair por terra os nossos pergaminhos, a nossa fama de outrora. Aliás, não podemos também esquecer, que em cada página da nossa História antiga, é raro não aparecer um humorista!... Isto para já não falar da nossa História recente em que todas as páginas são democraticamente hilariantes!...
Posto isto, a minha sugestão iria para a criação de mais um curso universitário, onde se ensinassem apenas as várias maneiras de fazer rir o pagode - uma espécie de terapia do riso. Com todo o pessoal a rir, muitas coisas mudariam no país, sobretudo no capítulo da saúde. Não dizem que «rir é o melhor remédio?» Lembram-se da história daquele velhinho que viveu muitos anos porque ria muito e morreu a rir? Leiam o que me contou a neta: «Meu Avô riu sempre muito. À aproximação dos cem anos, começou a rir mais, e ria por tudo e por nada. E como o riso é contagioso, todos nós ríamos com ele e divertíamo-nos muito. Num Domingo, acordou ainda mais sorridente e não foi possível fazer-lhe a barba, de tal maneira o seu corpo era sacudido por acessos de riso que impediam qualquer aproximação da navalha de barbear. De tanto rir, as lágrimas deslizavam em catadupas pelo seu rosto enrugado. Depois, cerca do meio-dia, começou a olhar-nos de uma forma estranha, apontando com o dedo e rindo a bandeiras despregadas. De repente, notámos que ele não se mexia. Foi o fim!... O Avô conservava ainda um sorriso nos lábios, mas ia já a caminho dos anjinhos…»
E choraram?-perguntei. «Então acha que chorar por uma homem que morreu a rir, é coisa de gente séria?» – respondeu a neta sorridente.
 

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