Chamava-se
Arquimedes e segundo rezam os livros, teria nascido no ano 212 a.C. em
Siracusa, a mais bela cidade da Grécia Antiga, na Itália e foi matemático,
físico, engenheiro, inventor e astrónomo grego.
Embora poucos
detalhes da sua vida sejam conhecidos, foi considerado um dos principais
cientistas da Antiguidade Clássica, tendo feito inúmeros trabalhos no âmbito
das ciências que dominava. Enunciou vários princípios, mas aquele de que hoje vou falar é o da Hidrostática, que foi deturpado como se aperceberão à medida que a leitura for decorrendo...
Mas para quem não conhece a história da descoberta desse princípio aqui vai ela tal como ma contaram. Estava Arquimedes de Siracusa a tomar banho na sua própria tina (e sem que ninguém lhe tivesse oferecido flores) sentiu um impulso!...
Intrigado e desorientado, levantou-se do banho, voltou a sentar-se, apalpou, remexeu... até que descobriu o tal princípio, aquele que estudámos e diz que "Todo corpo mergulhado num fluido em repouso sofre, por parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo”.
Mas o progresso e a evolução, que nada poupa mudou-lhe o significado e com a cumplicidade das novas tecnologias e da galopante onda de modernidade que tudo transforma, o enunciado do princípio de Arquimedes, foi sendo adulterado até que um dia alguém se lembrou de o democratizar!
E foi nessa altura que os políticos entraram em cena... E então o princípio subiu os degraus do Parlamento, foi motivo de acalorado debate, sofreu alterações pouco ortodoxas, mas, no entanto, a maioria lá conseguiu livrar-se do referendo reclamado pela oposição!
E a proposta foi aprovada por unanimidade...
Terminada a sessão, e ao sair do hemiciclo, o princípio, não só trazia fatiota nova – uma espécie de indumentária camaleónica - mas também o enunciado original tinha sido mudado e adaptado para condizer com a democraticidade vigente, ficando assim redigido: - «todo o cidadão que tem a sorte de mergulhar na política beneficia de um empurrão de baixo para cima, que se traduz sempre num montante de euros superior, tanto ao trabalho como ao seu coeficiente intelectual…»
Consta que houve rebuliço nas galerias do areópago, mas logo o presidente mandou que fossem evacuadas. E todo o público ou seja, todos os mexilhões saíram, ficando apenas os da casa...E desde então o Povo rebaptizou-o e passou a chamar-lhe o princípio dos «Arquimerdas» …
E assim, o que a hidrostática perdeu em originalidade, ganhou a política em majestade… Uma majestade mal cheirosa, claro está!