sexta-feira, novembro 13, 2015

O BURRO E AS MOSCAS


A certa altura da nossa recente história surgiu cá no rectângulo uma casta de indivíduos que talvez por não terem sido favorecidos na inteligência, foram compensados na esperteza. E nesse capítulo, o da esperteza, eram uns verdadeiros craques, autênticas sumidades. Um dia, cinco deles, bem-falantes e bem vestidos, juntaram-se e criaram cinco associações cujo objectivo era viver à custa do esforço alheio. Como eram muitos os burros que pacificamente pastavam nas verdes planícies do condado, a escolha recaiu na criação de uma empresa de compra dos ditos.

Propaganda feita e começou a caça dos jumentos, pois muitos andavam perdidos ou entretidos a pastar nas policromadas montanhas deste bonito jardim à beira mar encalhado. O preço de cada azémola foi fixado em 5 euros. Em breve foram comprados centenas de asnos e postos a trabalhar, fazendo girar essas várias geringonças espalhadas pelo país e às quais se dão variados nomes…

Sempre rodando, de olhos tapados e de sol a sol, os quadrúpedes em breve trouxeram grandes benefícios aos seus donos e senhores, que paulatinamente iam enriquecendo. A certa altura como os jericos começassem a escassear, uns por cansaço, outros por velhice, o preço foi aumentado para o dobro e cada novo elemento era pago a 10 euros. E foram compradas centenas de asnos...

Mas quando os Zés diminuíram o esforço na procura, decidiram os chefes que se aumentasse o preço de cada jerico para 10 euros. E todos voltaram à caça. Entretanto os animais começaram a rarear e os cinco “sócios” escafederam-se! Antes, porém, deram ordens ao tesoureiro para aumentar para 50 euros o preço a pagar por cada azémola, caso a oferta diminuísse. Mal os dois partiram, o tesoureiro, mais esperto e com a bolsa mais vazia, fez uma proposta ao pessoal:

“Olhem cá! Que tal se eu vos vendesse todos os burros a 30 euros e vocês os vendessem depois ao chefe a 50? Que dizem vocês?»

Toda a gente concordou. Reuniram todas as economias e compraram centenas e centenas de jumentos, pagando 30 euros por cada animal...

Mas como os seus “chefes”, o tesoureiro também desapareceu. E com os bolsos bem cheios. E só ficaram burros por todo o lado…

E terminou a história. O leitor percebeu?!...

Lembra-se do ditado que diz que «em terra de cegos quem tem olho é rei?» E de que «quem não quer ser burro não se deixa albardar?» Pense em tudo isso e encontrará alguns dos motivos que originaram a barafunda em que nos meteram. Quanto a burros…lembre-se daquela outra máxima que diz «que só as moscas mudam, porque o burro é sempre o mesmo…»

 

 

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