sábado, fevereiro 08, 2014

PERGUNTA SEM RESPOSTA


Como é possível que um ser capaz de pensar, sentir e de se cultivar tenha tido, ao que tudo indica, como primeiro antecedente, essa enorme família que é a dos grandes macacos?
Como e em que circunstância pode ele tornar-se nesta criatura elegante capaz de andar, de raciocinar, e graças à sua determinação e à tecnologia que criou, chegar ao ponto de dominar o Mundo?
Os “prés-homens” de há um milhão de anos caçavam, cultivavam plantas e viviam, devendo a sua subsistência ao respeito que nutriam pelo mundo que os rodeava. Nós, “homo sapiens-sapiens”, fazemos guerras, exploramos sistematicamente as reservas limitadas do meio em que vivemos, acreditamos na sua duração eterna e tapamos propositadamente os olhos para não vermos as injustiças, as guerras e a miséria!
Dizem alguns sábios que é devido a essa origem comum com o reino animal que herdámos um instinto agressivo que necessita de ser extravasado.
E invocam para o justificar o facto de num determinado momento da nossa evolução, termos deixado de ser vegetarianos e começarmos a matar, não só a caça, mas também o nosso semelhante…
Teoria talvez um pouco controversa, mas cuja discussão, no contexto dos tempos que estamos a atravessar, mereceria uma análise mais profunda, pois a evidência de certos factos e a explosão de alguns instintos bárbaros, são factores por de mais importantes para serem ignorados. Ainda que isso seja da exclusiva competência dos paleoantropólogos, ninguém, no entanto, me pode proibir de ter sobre o assunto a minha opinião. O simples facto de assistir, por vezes, a comportamentos tão primitivos quanto cruéis, leva-me a concluir que a evolução do ser humano atingiu o topo da escala e fiel às origens ele começa a inverter a marcha e não tardará muito que ele não vista de novo a pele do falecido pai, o famoso “Ramapithecos”!
E então será o seu regresso ao estatuto inicial de simples humanóide, sem qualquer diferença que o distinga dos membros da sua longínqua família.
No entanto não deixa de ser angustiante ver o homem, com um poder quase ilimitado, tornar-se incapaz de se controlar, contribuindo, ele próprio, para a sua destruição.
Sem pessimismos exagerados, mas olhando a dura realidade do dia-a-dia, não restam dúvidas que o Mundo se está a transformar numa grande floresta de anões indefesos…
Anões indefessos enfrentando gigantes tirânicos, que acompanhados pelo palrar dos papagaios e pelas momices bem orquestradas dos detentores do poder, depois de banquetes pantagruélicos e à guisa de eructações animalescas, vomitam leis em alívio próprio e desgraça alheia – é assim a versão moderna do primitivismo. E é por isso que, por vezes, eu pergunto a mim mesmo como será o homem do futuro….

Será um deus que caiu da abóboda etérea e ainda se lembra de onde veio ou um simples humanóide que emergiu da lama e a ela quer regressar?

 

 

 

 

 

 

 

Sem comentários: