Os leitores que conhecem o número de Invernos que transporto no meu
saco de viagem vão, com certeza, rir-se do título desta minha crónica de hoje. Mas
é verdade, amigos. O amor não envelhece. É sempre menino…
Existem muitos amores, mas existe sempre um amor especial que não
se pode definir e que muitas vezes nos transcende, que não admite passado nem
futuro. Uma marca cósmica que muitas vezes se torna difícil de descobrir no
emaranhado das tempestades do coração.
Mas afinal o que é o Amor?
Folheei páginas e páginas de livros velhos e esfarrapados, e foi
num livro do século passado que encontrei uma referência a esse estado de alma,
a essa metamorfose que transforma os meninos em homens e os homens em meninos.
Segundo a descrição que li, depois de demorados e minuciosos
estudos, dois reputados cientistas chegaram à conclusão de que o Amor é uma
doença mental e física, uma espécie de bacilo que ainda não foi identificado. É
assim como que uma espécie de veneno que tanto pode matar como salvar. E é
tanta a sua influência que, frequentemente incita ao crime…mas também tem feito
muitos milagres!
O Amor é uma das heranças mais perigosas que recebemos do passado,
mas que continua a ser perpetuada e alimentada por poetas, literatos e por
todos nós em geral.
E são várias as interpretações: há quem lhe chame uma doença; há
quem o defina como um impulso repentino com consequências imprevisíveis, e há
ainda quem afirme que o Amor é como uma droga que cria um estado de dependência!
Em tempos recuados esses “bichinho “chegou até a ser classificado
como um “civilizador” porque sabia adoçar a grosseria dos costumes primitivos.
Mas era também o temor dos homens e dos deuses. Conta-se que Júpiter prevendo
os males que ele poderia causar, quis obrigar Vénus a separar-se dele!...
Muitos o amaldiçoaram também e lhe chamaram a cicuta da vida…
Porém tal como acontece com todos os venenos conhecidos pela
ciência, o veneno do Amor pode também produzir efeitos benéficos.
Mas eu volto a insistir e a perguntar: mas afinal o que é o amor?
De todas as definições que tenho lido, é nas palavras de
Saint-Exupéry que encontro a melhor: «O amor é não sei o quê, que vem não sei
de onde e que acaba não sei quando…»
O que é certo, e como diz um provérbio africano, «quando se ama, nunca é de noite…» E este “amar” não
diz apenas respeito à mulher, mas a tudo o que fazemos na vida, quando o
fazemos com amor.
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