Diz
um antigo provérbio que “com papas e bolos se enganam os tolos”. De facto, quem
estiver atento às manobras políticas que giram à nossa volta, logo dará conta
da veracidade do rifão. É o papaguear do costume…
Quase
todos os políticos continuam, nas suas intervenções escritas, orais ou
televisivas a fazer crer que no cenário político actual há, entre os partidos a
que pertencem uma luta pela hegemonia ideológica de cada um deles. Mentira!...
Toda
essa lengalenga não passa de conversa fiada que tem como objectivo principal
conquistar a simpatia de quem os ouve na mira de obter votos que os catapultem
aos lugares cimeiros da governação.
Com
a repetição dos mesmos erros, dos mesmos procedimentos, das mesmas artimanhas,
os partidos políticos que temos vão se transformando em simples grupos de
homens evidenciando todos a mesma ambição pelo poder, servindo-se sempre da falaciosa
promessa de fazerem “mais e melhor do que o seu antecedente”.
Assistimos
assim, e vinda de todos os quadrantes políticos, à desvirtuação descarada do
sistema democrático em que, na teoria, todos se dizem defensores do bem comum,
da solidariedade, da justiça social, quando na prática todo esse jogo se traduz
no mesmo engodo para atrair os incautos,
Se
reflectirmos um pouco sobre o "discurso político" com que os
malabaristas da política todos os dias nos martelam os ouvidos, facilmente
descobrimos que a diferença reside apenas nas siglas.
O
objectivo é igual, o bombo continua a ser o mesmo e os meios e processos de
fazer e de interpretar em nada diferem.
A
escolha dos servidores do estado que se devia fazer pela competência e pela
seriedade, passou a fazer-se tendo apenas em conta as cores
"clubistas" sem respeitar, por vezes, os mais elementares critérios
de selecção.
Apoiados
em aparelhos de marketing e fulanização sabiamente enroupados, usando uma
linguagem a que chamam economicista, que os leigos (aqueles que ainda
trabalham) não compreendem, vai aumentando o número dos que nada sabem, mas que
mais ganham.
Essa
prática de amontoar protegidos vai crescendo dia após dia. E todos eles salvo
raras excepções o que procuram é mais riqueza, melhores condições de vida e
mais desafogo económico.
Se
os estribilhos das “canções” dos vários partidos divergem na letra, eles são, apenas
e só uma versão diferente, da mesma música. E apesar de quase todos os
executantes da banda pouco perceberem da dita e tocarem apenas de ouvido, cada
vez é maior a sua apetência pelas “notas” que a Troika nos vai emprestando a
troco de enormes sacrifícios, que são suportados apenas pelos que mais precisam
e menos têm.
Com
o decorrer dos anos mais convencido fico de que, em eleições, não se discutem
ideias – combatem-se homens e procuram-se êxitos espectaculares, desorientando
e confundindo as consciências.
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