Assinalou-se no passado dia 26 de Julho
o Dia dos Avós. À parte algumas iniciativas levadas a cabo pela Igreja Católica,
não houve, por parte do Governo, qualquer gesto ou cerimónia para assinalar a
efeméride.
Quanto a nós seria legítimo que tivesse
havido da parte de quem manda, no mínimo, uma comemoração simbólica que
chamasse a atenção para o valor do enorme potencial dos idosos e para o reconhecimento e apoio que necessitam e merecem
da Sociedade e do Estado.
No Antigo Testamento o idoso era
apontado como o exemplo para os mais novos – era uma espécie de correia de
transmissão da sabedoria que vinha de Deus e da experiência que a vida lhe
tinha ensinado.
Com efeito, ao longo dos anos, – quando
os seus alicerces estão bem assentes na rocha firme da moral – o homem vai
acumulando saberes, conhecimentos e valores que, reunidos, constituem um
valioso património.
Com o andar do tempo e à medida que os
sonhos se esfumam, que as paixões se esvaziam, e que à euforia de outrora
sucede a crua realidade da vida, o idoso é um inesgotável manancial de
ensinamentos. Nele foram desaguando, pouco a pouco, a experiência dos anos e a
naturalidade das virtudes.
É esse conjunto de regras e preceitos,
esses valores morais, afectivos e religiosos, os pilares da família que deveriam servir de
argamassa para tentar colmatar os rombos existentes nesta sociedade
computadorizada e consumista, desumanizada pelo automatismo, pela informática e
pela cibernética. Seria esse o fermento que contribuiria para a formação de uma
sociedade mais justa, mais solidária, mais experiente e mais humanizada.
Infelizmente não é isso o que
acontece...
O homem sábio, do bom conselho, embora
ainda exista, é posto de parte. Na sociedade actual não há lugar nem paciência
para velhos. Os valores económicos aniquilaram os valores espirituais e
culturais.
Como de peças velhas se tratasse – muito
embora o seu trabalho tivesse contribuído para a edificação daquilo a que se
chama civilização moderna, os idosos são
marginalizados e lançados para o ferro
velho, sem escrúpulos, sem respeito e sem dignidade!
Todo aquele que trabalhou honestamente e
adquiriu saber não só na área profissional como também em termos de cultura, de
bom senso, de prudência e de lucidez, é um livro cheio de conselhos e
ensinamentos que merece ser folheado.
Celebrar o Dia dos Avós é comemorar a
experiência de vida, maturidade e a sabedoria dos que são considerados segundos
pais. E em qualquer parte há sempre uns Avós nos quais os netos têm, muitas
vezes, a única referência de estabilidade, de afecto e de carinho.
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