sábado, agosto 10, 2013

OS AVÓS


Assinalou-se no passado dia 26 de Julho o Dia dos Avós. À parte algumas iniciativas levadas a cabo pela Igreja Católica, não houve, por parte do Governo, qualquer gesto ou cerimónia para assinalar a efeméride.
Quanto a nós seria legítimo que tivesse havido da parte de quem manda, no mínimo, uma comemoração simbólica que chamasse a atenção para o valor do enorme potencial dos idosos e para o  reconhecimento e apoio que necessitam e merecem da Sociedade e do Estado.
No Antigo Testamento o idoso era apontado como o exemplo para os mais novos – era uma espécie de correia de transmissão da sabedoria que vinha de Deus e da experiência que a vida lhe tinha ensinado.
Com efeito, ao longo dos anos, – quando os seus alicerces estão bem assentes na rocha firme da moral – o homem vai acumulando saberes, conhecimentos e valores que, reunidos, constituem um valioso património.
Com o andar do tempo e à medida que os sonhos se esfumam, que as paixões se esvaziam, e que à euforia de outrora sucede a crua realidade da vida, o idoso é um inesgotável manancial de ensinamentos. Nele foram desaguando, pouco a pouco, a experiência dos anos e a naturalidade das virtudes.
É esse conjunto de regras e preceitos, esses valores morais, afectivos e religiosos,  os pilares da família que deveriam servir de argamassa para tentar colmatar os rombos existentes nesta sociedade computadorizada e consumista, desumanizada pelo automatismo, pela informática e pela cibernética. Seria esse o fermento que contribuiria para a formação de uma sociedade mais justa, mais solidária, mais experiente e mais humanizada.
Infelizmente não é isso o que acontece...
O homem sábio, do bom conselho, embora ainda exista, é posto de parte. Na sociedade actual não há lugar nem paciência para velhos. Os valores económicos aniquilaram os valores espirituais e culturais. 
Como de peças velhas se tratasse – muito embora o seu trabalho tivesse contribuído para a edificação daquilo a que se chama civilização moderna,  os idosos são marginalizados e lançados para o ferro velho, sem escrúpulos, sem respeito e sem dignidade!
Todo aquele que trabalhou honestamente e adquiriu saber não só na área profissional como também em termos de cultura, de bom senso, de prudência e de lucidez, é um livro cheio de conselhos e ensinamentos que merece ser folheado.
Celebrar o Dia dos Avós é comemorar a experiência de vida, maturidade e a sabedoria dos que são considerados segundos pais. E em qualquer parte há sempre uns Avós nos quais os netos têm, muitas vezes, a única referência de estabilidade, de afecto e de carinho.













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