Aqui há tempos o Autarca de Santa Comba
Dão, pensou na requalificação do património deixado pelo antigo Presidente do
Conselho que se situa na aldeia limítrofe do Vimieiro. Nesse sentido a
Associação de Desenvolvimento Local no intuito de atrair investidores,
lembrou-se de o fazer através de um dos seus produtos endógenos – o vinho do
Dão – rotulando as garrafas com a marca “Memórias de Salazar, “um nome
conhecido em todo o Mundo” e que ajudaria na sua promoção.
O pior é que apesar de o Homem estar
morto e enterrado com sete palmos de terra por cima, só a evocação do seu nome
ainda assusta muita gente. E, desta vez, os que se assustaram foram uns
senhores do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, que tiveram medo e
chumbaram a marca, alegando que “é recusado o registo de uma marca que contenha
expressões ou figuras contrárias à lei, moral, ordem pública e bons costumes…”
Inacreditável!... Se, de facto, tal
cláusula existe nos estatutos do INPI, quais as expressões ou figuras contidas
na marca que atentem contra a lei, a moral, a ordem pública ou os bons
costumes?
Quarenta e dois anos após a sua morte e
trinta e oito depois da instauração da Democracia, há ainda muita gente que
vive atormentada com receio da “ressurreição”do homem que disse “que antes de
deixar o Poder queria sacudir os bolsos e de todo o tempo que esteve à frente
dos destinos da Nação, nem mesmo pó queria levar…”
Não
será por isso – para evitar comparações – que o camartelo de uma certa elite
continua a tentar demolir toda a sua obra sem poupar as traves mestras que têm
resistido às intempéries da História?
A
propósito estou a lembrar-me do “incómodo” causado pela vitória de Salazar no
programa Os Grandes Portugueses emitido pelo canal público da televisão.
Choveram críticas de gente das mais variadas tendências, mas as mais mordazes e
venenosas foram as de alguns historiadores. Como o tiro lhes saiu pela culatra,
não era de esperar outra reacção.
Este
episódio rocambolesco da proibição da marca “Memórias de Salazar” é um fenómeno
cíclico, que acontece quase sempre quando se pretende desviar a atenção do
Povo. Espero que o Autarca de Santa Comba Dão continue a luta, porque apesar de
tudo o que de bem ou mal se diga ou escreva acerca de Salazar isso não apagará
o seu nome nem da terra onde nasceu, nem das páginas da História. Tranquilizem-se
os que acreditam em bruxarias e têm medo que ele remova a pedra sepulcral,
porque enquanto a Troika não nos deixar, não há defunto que ponha a cabeça de
fora. Só a mão!...
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