segunda-feira, dezembro 16, 2013

O MUNDO RURAL E A CULTURA AUTÁRQUICA


A nossa sobrevivência como Nação depende da criação de uma sociedade mais justa, mais solidária e mais humana.
Para isso, e em primeiro lugar, a ciência política tem de ser alicerçada em valores e princípios sólidos passando a ser uma ciência dinâmica com o principal objectivo de promover o bem comum e a justiça social.
Só pelo caminho da solidariedade poderemos acentuar as desigualdades e as assimetrias entre as regiões, tornando-se por isso urgente investir na humanização da sociedade, na dignificação da pessoa humana e, sobretudo, na revitalização do mundo rural. Nestes últimos anos o nosso País transformou-se numa economia de serviços com uma grande concentração urbana e económica junto do litoral.
Desertificou-se o interior rural e descapitalizou-se a antiga classe média tradicional. Torna-se por isso urgente fixar as populações rurais e combater eficazmente as suas inúmeras e injustas desigualdades sociais.
Para que tal se concretize o Estado através das autarquias deverá ajudar directamente as famílias rurais que se encontram descapitalizadas e os planos directores municipais ou de desenvolvimento local deverão contribuir para a revitalização das aldeias fazendo com que as suas gentes se mantenham ou regressem às terras das suas origens.
E isso só se consegue se optarmos por um estado social e por uma economia humana que defenda políticas de solidariedade que dêem novas esperanças aos injustiçados e aos excluídos do progresso.
A descapitalização de muita gente ligada à agricultura e a pobreza crescente exigem políticas humanistas e sociais que restituam a dignidade aos trabalhadores do mundo rural.
Temos de descer à realidade palpável do quotidiano das famílias rurais e procurar as soluções concretas para resolver os seus verdadeiros problemas. E é nesse aspecto que os sucessivos governos têm falhado.
O interior está cada vez mais abandonado e a agricultura não pode ser o parente pobre da nossa economia. A agricultura familiar precisa de protecção e não pode ficar à mercê da sociedade de mercado sem o mínimo de organização. Urge implementar uma política para o Mundo Rural, defender e ajudar as populações que sempre viveram e trabalharam no campo, criando, ao mesmo tempo condições para que os mais jovens se fixem nas terras de origem.
As autarquias devem reger-se por uma cultura própria, humanista e solidária em que as pessoas estejam primeiro e que a política seja praticada como uma ciência dinâmica ao serviço das pessoas e do bem-comum.  Hoje quem se candidata a um cargo público tem de trazer consigo a educação, a formação, a capacidade de diálogo e sobretudo a humildade intelectual. Os gestores do futuro têm de ser humanistas e olhar a política como um acto de solidariedade. É minha convicção que o novo elenco municipal possui os predicados necessários para a aplicação de uma cultura autárquica que vise servir a causa pública e a melhoria de vida dos cidadãos. Sem quaisquer discriminações…








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