A nossa sobrevivência como
Nação depende da criação de uma sociedade mais justa, mais solidária e mais
humana.
Para isso, e em primeiro lugar,
a ciência política tem de ser alicerçada em valores e princípios sólidos
passando a ser uma ciência dinâmica com o principal objectivo de promover o bem
comum e a justiça social.
Só pelo caminho da
solidariedade poderemos acentuar as desigualdades e as assimetrias entre as
regiões, tornando-se por isso urgente investir na humanização da sociedade, na
dignificação da pessoa humana e, sobretudo, na revitalização do mundo rural. Nestes
últimos anos o nosso País transformou-se numa economia de serviços com uma
grande concentração urbana e económica junto do litoral.
Desertificou-se o interior
rural e descapitalizou-se a antiga classe média tradicional. Torna-se por isso urgente
fixar as populações rurais e combater eficazmente as suas inúmeras e injustas desigualdades
sociais.
Para que tal se concretize o
Estado através das autarquias deverá ajudar directamente as famílias rurais que
se encontram descapitalizadas e os planos directores municipais ou de
desenvolvimento local deverão contribuir para a revitalização das aldeias
fazendo com que as suas gentes se mantenham ou regressem às terras das suas
origens.
E isso só se consegue se
optarmos por um estado social e por uma economia humana que defenda políticas
de solidariedade que dêem novas esperanças aos injustiçados e aos excluídos do
progresso.
A descapitalização de muita
gente ligada à agricultura e a pobreza crescente exigem políticas humanistas e
sociais que restituam a dignidade aos trabalhadores do mundo rural.
Temos de descer à realidade
palpável do quotidiano das famílias rurais e procurar as soluções concretas para
resolver os seus verdadeiros problemas. E é nesse aspecto que os sucessivos
governos têm falhado.
O interior está cada vez mais
abandonado e a agricultura não pode ser o parente pobre da nossa economia. A
agricultura familiar precisa de protecção e não pode ficar à mercê da sociedade
de mercado sem o mínimo de organização. Urge implementar uma política para o
Mundo Rural, defender e ajudar as populações que sempre viveram e trabalharam
no campo, criando, ao mesmo tempo condições para que os mais jovens se fixem
nas terras de origem.
As autarquias devem reger-se por
uma cultura própria, humanista e solidária em que as pessoas estejam primeiro e
que a política seja praticada como uma ciência dinâmica ao serviço das pessoas
e do bem-comum. Hoje quem se candidata a
um cargo público tem de trazer consigo a educação, a formação, a capacidade de
diálogo e sobretudo a humildade intelectual. Os gestores do futuro têm de ser
humanistas e olhar a política como um acto de solidariedade. É minha convicção
que o novo elenco municipal possui os predicados necessários para a aplicação
de uma cultura autárquica que vise servir a causa pública e a melhoria de vida
dos cidadãos. Sem quaisquer discriminações…
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