Não há dúvidas de que vivemos num mundo conturbado, num mundo cheio de armadilhas, de incertezas e de descrença. Até a Natureza parece saturada de tantos desmandos e nos acorda da letargia em que mergulhámos através de catástrofes naturais!
Não vou entrar na velha cantilena de que antigamente é que era bom, porque, como todos sabem, também não era bem assim.A vida foi, é, e será sempre difícil, muito embora para uns o seja mais do que para outros.
Mas que havia coisas diferentes que se destruíram e cuja falta agora se está a notar cada vez mais, ninguém pode negar. Nos primeiros quartéis do século XX éramos de facto um povo demasiado iletrado, mas com bom nível de educação e de civismo.
E esse estatuto de educados e de cívicos deveu-se, essencialmente, a duas Instituições – a Família e a Escola. Ora, atualmente, tanto uma como a outra estão em franca desagregação!
A família tem vindo a ser atacada por ideologias minoritárias mas com grande audiência nos poderes públicos. Legisla-se e impõem-se sugestões que uma centena de milhares de apaniguados lança para o ar sem respeitar a opinião de milhões que nem sequer são ouvidos.
A escola, na sequência dos desvarios por que tem passado continua transformada numa inadmissível fonte de deseducação e de libertinagem que irá refletir-se em toda a futura vida nacional.Somos, estatisticamente, um povo de doutores e engenheiros, mas vivencialmente, em educação e civismo, somos uma nação insubordinada e agressiva, geradora de gente inculta e pouco recomendável. O vandalismo e a indiscplina andam à solta em quase todas as escolas com exceção de uma ou outra onde reina a ordem e o respeito.Não admira por isso que haja professores a frequentar clínicas psiquiátricas e que aumente cada vez mais o número daqueles que vejam nas reforma antecipada uma maneira de se verem livres das aulas que muitas vezes se transformam em autênticos ringues onde se travam agressões psicológicas, que muitas vezes degeneram em confrontos físicos.
O Estado que tem a obrigação de impor disciplina e respeito, demite-se da sua função, faz vista grossa, criando nos jovens sentimentos de impunidade e de rebeldia. E é assim que se descredibilizam ainda mais as instituições escolares e se caminha a passos largos para a degradação da futura sociedade.
É verdade que a democracia nos trouxe muita coisa boa. Mas nada tem feito para dar continuidade a outras que já tínhamos. Refiro-me à educação e ao civismo, esses dois grandes e sólidos alicerces da sociedade. A construção do primeiro era-nos ensinada, em casa, pelos nossos Pais. A do segundo pelos Professores na Escola.
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