sábado, janeiro 09, 2010

Manhã de geada


Diário
Sábado, dia nove de Janeiro de 2010.
São nove horas da manhã e há cerca de meia hora que deixei “Vale de Lençóis”. Quando abri a torneira para as abluções matinais, da torneira, nem pinga de água corria!
Abri a janela e, friorento que sou, quase me ia dando uma coisa… Um manto branco cobria todo o quintal e um vento frio, cortante, entrou pela janela. Estava dada a explicação. A água tinha gelado na canalização!
Vesti o roupão de Inverno, pus o gorro na cabeça e fui espreitar o termómetro que tenho no exterior, à entrada da porta, debaixo de telha – três graus negativos!
O céu está limpo, o Sol brilha, mas não há movimento na estrada. A aldeia parece ainda adormecida. Até mesmo a passarada ainda não apareceu.
Mas é bonito o espectáculo! De alguns ramos do castanheiro soltam-se gotas de água que brilham com os raios solares. É a geada que derrete.
No tanque, sobre a água, há um espelho enorme que reflecte a armação de ferro onde os ramos das videiras “choram” com o frio ou talvez porque a poda foi feita na véspera.
A relva está branquinha, e das árvores, só o azevinho, mostra cara alegra com as bolinhas vermelhas a brilharem com o Sol, contrastando com o amarelo das laranjas, que sobressaem das folhas húmidas e luzidias das laranjeiras.
São agora dez e meia, o Sol já aquece, a aldeia acordou, há movimento nas ruas, as aves saltitam de ramo em ramo. Rolas, melros e pardais cruzam-se no ar, saltitam de ramo em ramo ou escavam o chão em busca de alimento.
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Manhã de geada






O Sol agora bem acordado aumenta o relevo da mancha escura que se perfila não muito longe da janela do meu quarto - a bonita Serra do Caramulo.
E como a água já corre das torneiras, vou deixar a escrita, cortar a barba e preparar-me para mais um dia frio deste mês de Janeiro de 2010.

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