sábado, setembro 17, 2011

FÉRIAS EM CASA


O dramaturgo e cineasta francês Marcel Pagnol disse um dia, falando de férias, que quem quisesse passá-las no mar e ter a certeza de não naufragar, em vez de um barco, deveria comprar uma ilha!
Seguindo esta lógica e transformando-a em metáfora, para ter mesmo a certeza de que iria, de facto, preguiçar um pouco e recarregar baterias, resolvi passar as férias em terra firme.
E aqui estou eu no meu quintal de papo para o ar olhando toda esta verdura que me rodeia, inalando este ar puro que vem da serra e sorvendo este característico cheiro a mosto que anda no ar, motivado pela pisa das uvas do vizinho do lado.
À medida que os anos passam, vão-se transformando as formas de olhar a vida e recriamos então à nossa volta um outro mundo.
E isso porque a vida é uma coisa a criar a inventar que se vai moldando, constantemente, segundo as variadas etapas da nossa existência.
E a certa altura dessa vivência, é preciso coragem para viver de outra maneira, sem voltar as costas à sociedade, mas construindo, num dos seus cantinhos uma espécie de refúgio onde nos sintamos felizes!
E aí não há receitas feitas, mas cada um deve fazer a sua própria cozinha, temperar a seu gosto, e confeccionar com muito amor e carinho.
É preciso fazer o que gostamos de fazer, o que nos traz satisfação, o que nos faz felizes. Não devemos olhar muito para o que se passa à nossa volta, nem para o que os outros fazem, mas seguir as nossas próprias intuições.
Seguir a nossa própria maneira de ser, criando dessa maneira, no nosso íntimo, um clima de harmonia, de tranquilidade e paz interior.
E sem virara as costas ao passado, mas fazendo disso uma espécie de vingança, tentar encontrar no presente tudo o que esse passado nos negou…
A beleza da vida reside nas suas múltiplas diversidades e é por isso que cada um de nós, salvo os condicionamentos que todos conhecemos, pode adaptá-la à sua maneira de ser.
Porém, seja qual for a maneira escolhida, a verdade é a de que não há melhor momento para ser feliz do que o momento presente – o agora, o hoje. Então por que não vivê-lo plenamente?!
A vida é, e será sempre uma caminhada feita de obstáculos a transpor e de projectos a construir. Então, por que não aproveitar esses raros, mas bons momentos que ela, por vezes, nos oferece?!
Mas voltando ao começo e falando de férias, não é a vida que nos fatiga, mas sim a forma como nós a encaramos e a má gestão que fazemos, desperdiçando os belos momentos que ela nos oferece.








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