segunda-feira, outubro 30, 2006

Resposta a "Quem sabe?"

Quem se passou foste tu, ó meu!... Então não sabes distinguir prosa de poesia?
Não vês que eu apenas quis explicar o significado (para mim) das letras que compõem a palavra VELHO?...
Ai esta iliteracia!...E a propósito de berlindes: sabes a etimologia dessa palavra?
Fico à espera...

sábado, outubro 28, 2006

Lendo Jean Guiton

Estou a ler “Dialogues avec Paul VI” de Jean Guiton, na sua versão original, isto é, em francês.
Vale a pena ler. Este intróito só para vos dizer que entre muitas frases que nos fazem reflectir, encontrei uma que vos deixo como amostra: « Dans l’art des sons, une des notes est le silence et il faut savoir jouer du silence, s’exprimer aussi par les silences».
Na arte dos sons, uma das notas é o silêncio e é preciso saber tocá-lo e saber exprimir-se através dele.
De facto devemos aprender a interpretar o vazio do tempo, a ausência de respostas, através da sinfonia do silêncio…
Bonito, não acham?

quinta-feira, outubro 26, 2006

VELHO?...

Não sei por quê , mas a palavra VELHO está a perder, qunto a mim, o seu verdadeiro significado. Na maior parte das vezes (será por campaixão?...) é susbtituída por IDOSO. Será assim a palavra VELHO tão "ofensiva" e preconceituosa que seja preciso, em nome de uma "caridade" farisaica, pintá-la de uma "côr" que não é a sua?
As letras que a compõem só por si são duma beleza ímpar:
V de vida, (que nem sempre foi a que gostávamos...)
E de experiência, (que teimam em não a aproveitar...)
L de loucura, (que todos temos um pouco...)
H de horizonte, (com que todos sonhamos...)
O de olhar, (de tanta coisa ver, de olhar a rir, a chorar...)
Não importam as palavras. Importa, isso sim, o amor, o carinho, o respeito... porque afinal fomos nós, OS VELHOS, a origem do vosso ser.
Alguém discorda?!...

terça-feira, outubro 24, 2006

Arejar os neurónios

São 16 horas. Tenho estado a corrigir provas e tenho a sensação de que tudo o que tenho na cachimónia chocalha!...Passou-me há pouco pelas mãos um trabalho de um dos nossos jornalistas na qual descreve um novo desporto que começou aqui há pouco e que dá pelo nome de “paintball”.
Não que queira entravar a marcha do progresso - porque já não tenho pernas para o fazer - mas confesso que me assustam estas formas de divertimento que contém mais de agressividade do que propriamente uma forma de descontracção e lazer.
Dizem-me que são novas técnicas e que são boas para fazer subir a adrenalina!... Seja. Mas eu fico na minha. E sou contra tudo aquilo que contribua para despertar no homem sentimentos bélicos, ainda que sejam tidos por inofensivos...
E como já descontraí um pouco, vou continuar o trabalho...

sábado, outubro 07, 2006

Ainda as minhas férias

As férias são para descansar, mas não conseguimos alhearmo-nos do que se passa no mundo. Há sempre aquela tendência própria, aquela curiosidade que nos leva a querer saber, pelo menos, o que dizem os jornais. Foi o que aconteceu comigo. Depois de ter visto, antes de partir, a reportagem sobre a residência de Cavaco Silva na sua recente visita a Espanha em que era mostrada a residência de Franco onde tudo foi conservado, até a cadeira onde se sentava o caudilho, esbarrei com uma notícia num jornal espanhol “La Razón” de 28 de Setembro, em que se dizia que há em Espanha 360 ruas que mantêm uma relação com o regime franquista!
Não foi por isso, no entanto, que a Espanha deixou de progredir ao contrário de Portugal que começou por rebaptizar pontes, ruas, praças, etc., relacionadas com o regime salazarista, e apesar disso está na situação que todos onhecemos.
Não se pode apagar a História por mais negra que ela tenha sido.
Entre nós impera a hipocrisia do lucro que não hesita em renegar as suas origens e o seu passado para atingir os fins em vista. A propósito, li num semanário logo à chegada de férias, que Salazar ia ter um museu em Santa Comba Dão, mas o autarca responsável logo sacudiu a água do capote ao afirmar que “não era uma homenagem a Salazar, mas uma forma de passar aos mais novos a nossa memória colectiva. O que está aqui em causa é um abordagem meramente científica…»
Esta falta de coragem em assumir a responsabilidade histórica tem muito a ver com o estado a que Portugal chegou….É como que envergonharmo-nos dos pais que tivemos. Metaforizando, eles podem ter sido tudo: ladrões, bêbados, malandros, assassinos, mas não deixam de pertencer à nossa origem ao nosso passado. Muitos não devem fazer este raciocínio, porque hoje conta mais o que “somos” do que a maneira como aqui chegámos…

sexta-feira, outubro 06, 2006

Continuação de ontem, 5 de Outubro

Elogio à preguiça
Cá estou de novo para contar como foi o meu dia de ontem, feriado, dia da comemoração da implantação da República e dia do corte da relva da frente e dos lados. Às 16 já estava estafado. Depois da relva, fui apanhar nozes! Conhecem o provérbio que diz que Deus as dá a quem não tem dentes? O provérbio concretizou-se… e as costas pagaram a factura. Com a mola já gasta e enferrujada, imaginem como fiquei!... Partido, esbodegado, empenado, eu sei lá…
Ah! Ainda apanhei umas castanhas de um ouriço que se lembrou de parir mesmo quando eu passava por baixo do castanheiro. Por pouco não me caía na careca…
Finalmente ás 18 horas sentei-me no escritório a ler e por coincidência um texto que fala de ócio… e eu vou transcrever uma passagem:
«Há uma quantidade de gente que é amadora de fazer aquilo que a nós, por exemplo, custaria. Mas eles gostam…Conheci um homem, que tinha sido Governador de Macau, que já estava aposentado de vários cargos, tinha andado também na política e depois da Ditadura tinha sido afastado de tudo, esse sujeito levava um dia inteiro, numa quinta onde morava, montando e desmontando motores. Era o gosto dele! Montava e desmontava… Aparecia sempre ao almoço, ao jantar não, porque tomava banho antes, mas ao almoço aparecia sempre com as mãos imundas por ter andado a apertar válvulas por tudo quanto era motor e a desapertar no dia seguinte. Ele gostava daquilo! Há sujeitos que não gostam de fazer coisa nenhuma senão de estar a olhar para uma nuvem. Eu considero esses tipos utilíssimos, porque ninguém sabe o que sairá dali. Não se conta aquela história de que a lei da gravitação apareceu por ter caído uma maçã na cabeça do Newton? Não era obrigatório que o Newton estivesse a estudar Matemática na altura em que lhe caiu a maçã na cabeça…podia estar a dormir debaixo da árvore, ou ter acordado naquele momento, ou qualquer coisa assim, eu sei lá! Quem me diz que a um homem, cujo ideal é de estar de papo para o ar olhando para as nuvens, de repente se lhe atravessa na cabeça uma ideia?»
O texto é do nosso saudoso professor, escritor e filósofo Agostinho da Silva, um dos meus preferidos. Então esta última frase do texto é “o máximo”!...
Um dia destes vou pôr-me de papo para o ar (não debaixo do castanheiro!...)
e depois contar-vos-ei a ideia que ma atravessou a mona…
Olha!... Já são 23 e 45… o dia já está de pijama. E eu vou fazer o mesmo…Ai as minhas costas…

quinta-feira, outubro 05, 2006

Como passei o feriado da República

Levantei-me tarde, isto é, cerca das oito da matina. Digo tarde, porque costumo levantar-me às 7. Questão de hábito!... Depos do pequeno almoço "a chefe" atribuiu-me uma tarefa - descascar marmelos! Vejam lá se isto é coisa que se faça num dia em que se festejam as bananas (ver república das) compris?.. Descascámos 15 quilos! Temos marmelada até ao fim dos nossos dias...Eh lá...
nada de confusões.Mamelada daquela que se come, não da que se lambe...
Almoço, e quando pensava que a seguir ia ter folga, " a chefe" impõeme nova tarefa - cortar a relva!...
continuação amanhã...

terça-feira, outubro 03, 2006

Férias

Cinco dias em Maiorca! Dias inesquecíveis. Nunca me tinha passado pela ideia que a maior das Baleares oferecesse tantos e tão variados encantos! Além da visita à capital, Palma, fui também à Serra de Tramuntana. Saída em autocarro, uma parte de comboio, depois de eléctrico até Soller e depois em barco, catamarim, até Sa Colobra. Subida da Serra de autocarro, precipícios terríveis que me obrigaram a fechar os olhos...e regresso de novo a Palma em autocarro.
O passeio marítimo, o porto com inúmeros iates ancorados, trasatlânticos num vaivém constante, o aeroporto com saídas e chegadas de aviões de cinco em cinco minutos... Impressionante a vida da cidade!
Gastronomia variada e sempre à base de legumes, peixe e carne fazem de Maiorca um lugar que deve ser visitado.
A catedral gótica construida em calcáreo dourado junto ao mar cuja construção foi iniciada em 1380 e acabada em 1587, é uma visita obrigatória. O seu interior é deslumbrante e riquíssimo!
Belas férias que será difícil esquecer....
Palma à noite e ainda as praias em redor de Palma: Palma Nova, Megalufe, etc...