Vivemos num mundo de mentiras, de falsos sentimentos, de fingimentos
estudados, de elogios interesseiros e de atitudes hipócritas.
Adulamos o chefe actual, falamos mal do que lhe antecedeu, do que ele
fez, menorizamos o que ele deixou, mas sempre no intuito de nos autopromover e
de criar à nossa volta um protagonismo ainda que passageiro, fictício e bacoco!
Fazemos tudo para alimentar o nosso ego, desvalorizando o do amigo que
nos deu a mão para subirmos na escala social. Vale tudo nesta luta desenfreada
em busca de um lugar no pódio!
Somos, por vezes, uma espécie de marionetas, sem movimento próprio, mas
irequitas, atrevidas e palradoras, graças ao ventriluquo e exímio manipulador
dos cordões atados a todas as partes do corpo. Fazemos vénias, dizemos
disparates, fazemos gestos obescenos, mas porque somos marionetas, nada nos
fica mal.
Criamos filmes, pintamos os cenários à nossa maneira, incarnamos personagens
irreais e sempre com a pretensão de sermos únicos, de sermos diferentes, de
sermos os melhores e receber os aplusos de uma plateia de gente amorfa, que só
assite ao “espectáculo”, porque tiveram bilhetes à borla!
Numa sociedade como a nossa que é movida a dinheiro, até os anões
conseguem igualar pessoas de estatura normal - a política tem saltos altos para
disfarçar a pequenez.
E é nessa sociedade que somos obrigados a viver. Mesmo sem partilhar
desses “ideais”, dessas mentalidades ilusórias somos vítimas dessas mentes
perversas e, sem escolha, somos obrigados a conviver com indivíduos mal
formados, gananciosos, sem escrúpulos e que não hesitam em trair, em caluniar,
em mentir, chegando a abdicar das suas raizes para conquistar um lugar à sombra
da umbrela do Poder!
Com uma folha de serviço em branco, sem nada terem feito pela sociedade,
pelo seu semelhantes, ei-los arvorados em modernos “samaritanos”, vestindo o
manto de “cristâos novos” para melhor poderem impingir a sua falsa doutrina…
E constroem infernos, maldizem, deturpam, caluniam, mas sempre
autoconvencidos de que são os melhores, os salvadores, os redentores de uma
sociedade utópica que só existe nas suas pequenas e ocas cabecinhas.
Vivem para apontar erros alheios, mas são incapazes de se olharem no
espelho e reconhecerem os seus. Todos temos defeitos, ninguém é perfeito, mas
há pessoas que se sentem tão acima dos outros, que não param um instante para
se autoavaliarem e assumirem o mal que se esconde por detrás da postiça máscara
de perfeição que usam.
Há quem os trate de palhaços, mas eu prefiro chamer-lhes mascarados!
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