quarta-feira, outubro 07, 2015

OS MASCARADOS


Vivemos num mundo de mentiras, de falsos sentimentos, de fingimentos estudados, de elogios interesseiros e de atitudes hipócritas.
Adulamos o chefe actual, falamos mal do que lhe antecedeu, do que ele fez, menorizamos o que ele deixou, mas sempre no intuito de nos autopromover e de criar à nossa volta um protagonismo ainda que passageiro, fictício e bacoco!
Fazemos tudo para alimentar o nosso ego, desvalorizando o do amigo que nos deu a mão para subirmos na escala social. Vale tudo nesta luta desenfreada em busca de um lugar no pódio!
Somos, por vezes, uma espécie de marionetas, sem movimento próprio, mas irequitas, atrevidas e palradoras, graças ao ventriluquo e exímio manipulador dos cordões atados a todas as partes do corpo. Fazemos vénias, dizemos disparates, fazemos gestos obescenos, mas porque somos marionetas, nada nos fica mal.
Criamos filmes, pintamos os cenários à nossa maneira, incarnamos personagens irreais e sempre com a pretensão de sermos únicos, de sermos diferentes, de sermos os melhores e receber os aplusos de uma plateia de gente amorfa, que só assite ao “espectáculo”, porque tiveram bilhetes à borla!
Numa sociedade como a nossa que é movida a dinheiro, até os anões conseguem igualar pessoas de estatura normal - a política tem saltos altos para disfarçar a pequenez.         
E é nessa sociedade que somos obrigados a viver. Mesmo sem partilhar desses “ideais”, dessas mentalidades ilusórias somos vítimas dessas mentes perversas e, sem escolha, somos obrigados a conviver com indivíduos mal formados, gananciosos, sem escrúpulos e que não hesitam em trair, em caluniar, em mentir, chegando a abdicar das suas raizes para conquistar um lugar à sombra da umbrela do Poder!
Com uma folha de serviço em branco, sem nada terem feito pela sociedade, pelo seu semelhantes, ei-los arvorados em modernos “samaritanos”, vestindo o manto de “cristâos novos” para melhor poderem impingir a sua falsa doutrina…
E constroem infernos, maldizem, deturpam, caluniam, mas sempre autoconvencidos de que são os melhores, os salvadores, os redentores de uma sociedade utópica que só existe nas suas pequenas e ocas cabecinhas.
Vivem para apontar erros alheios, mas são incapazes de se olharem no espelho e reconhecerem os seus. Todos temos defeitos, ninguém é perfeito, mas há pessoas que se sentem tão acima dos outros, que não param um instante para se autoavaliarem e assumirem o mal que se esconde por detrás da postiça máscara de perfeição que usam.
Há quem os trate de palhaços, mas eu prefiro chamer-lhes mascarados!


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