Diz-nos a experiência, que por mais
graus académicos que um individuo possua, tal facto não quer dizer que reúna os
requisitos e a competência necessários para desempenhar esse difícil cargo que
é o de administrar e gerir dinheiros. E quando se trata de dinheiros públicos
maior ainda se torna o grau de exigência requerido.
Embora existam indivíduos que nascem já
com um apurado sentido de gestão, a maior parte só pode adquiri-lo mediante
vários factores, nomeadamente através da vivência de determinadas situações de
carência às quais é preciso juntar muita experiência e prática da vida. Acresce
ainda dizer que a honestidade e o brio profissional são também complementos que
não devem ser esquecidos.
É muito fácil trabalhar com o dinheiro
dos outros e com ele fazer grandes “obras”, muitas vezes transmitindo aos menos
atentos ou aos mais ingénuos uma imagem de benemérito quando afinal o dinheiro
com que foram feitas nos saiu do próprio bolso!
E nesse contexto existem duas espécies
de gestores políticos – uma constituída por pessoas que de facto estão
empenhadas em melhorar as condições de vida dos seus munícipes, outra, a mais
numerosa, que gasta o dinheiro à toa, em jantaradas, em beberetes, em compras
supérfluas e outros acontecimentos, sem olhar a prioridades de qualquer
espécie.
Diz um antigo ditado que o exemplo vem
de cima, subentendendo-se do enunciado, que o que é bom deve ser imitado pelos
que estão mais baixo. Infelizmente o ditado prostitui-se ou obrigaram-no a
prostituir-se e só se copia o que é mau. Assim se o Terreiro do Paço dá esse
mau exemplo por que não praticá-lo também?
Há dias, a Imprensa fez-nos saber que o
Governo que “decreta lá da capital” ia dar popós novos a 56 chefes de gabinete
das pastas ministeriais gastando com essa “dádiva” mais de um milhão de euros!
Uma bagatela para um País cuja maior
parte dos habitantes anda de calças na mão!...
Em face deste exemplo, que razão
assiste, aos cidadãos contribuintes desta Parvónia que em que cada dia que
passa mais serviços civilizacionais lhe são roubados, para criticar qualquer
dos nossos políticos que num gesto altruísta e de alto sentido solidário,
oferecem de vez em quando uma sardinhada e uns copos de tinto ou umas “bejecas” à malta?!
Pensem nisto, meus amigos, e em vez de
os criticar juntem-se a essa “procissão” que não cessa de “engrossar”.
E porque nada se pode fazer contra esse
“engrossamento”, ide prá fila, pois sempre ireis “petiscando” qualquer
coisa…