segunda-feira, novembro 01, 2010

É TÃO BONITA A VIDA!...


A Vida, no seu mais simples e real significado, é uma história que encerra muitas outras histórias. E a vida de cada um de nós tem as suas.
E, como num livro, os capítulos sucedem-se e a acção desenrola-se aguçando a nossa curiosidade, mas escondendo sempre, de forma ardilosa, o desfecho final!
E felizmente que assim é!...
Alegrias, tristezas, esperanças, fracassos, enganos, desenganos, vaidades e desânimos, são pedaços de romance que desfilam e ladeiam a nossa existência sem, contudo, forneceram qualquer indício quanto ao seu epílogo.
E assim, – uns guiados por essa luz da esperança que é a Fé, outros pelo fascínio do desconhecido que os atrai – lá vamos todos, e cada qual à sua maneira, folheando o livro, página após página, sem nunca sabermos como, nem quando chegamos ao fim...
Os que lêem as minhas crónicas devem admirar-se desta minha insistência neste tema que é a Vida – a passagem por este mundo. Acredito até que muitos possam crer que tal facto se deve à decrepitude, a uma senilidade galopante. Pouco importa. Mas a vida fascina-me apesar de todos os encantos, desencantos, rasteiras e trambolhões, que tive de transpor. E isso talvez por só agora começar a gozá-la em toda a sua plenitude e sem paixões – nas cores, nos odores, nos olhares, nas pessoas, nas coisas e em tudo o que me rodeia!
Como um apaixonado, sofregamente, eu “respiro-a” e tento conservar dentro de mim, por tempo infinito, essa lufada de esperança que me enche a alma.
É sempre difícil, quando fazemos da escrita uma confissão, escondermos o que vai dentro de nós. Ser sensível é uma outra maneira de compartilhar da tristeza dos outros. Fazer o papel da esfinge de pedra que não ri, que não chora, que não se emociona é, em certos momentos, uma outra forma de hipocrisia.
O sentimento é a música do nosso mundo interior que faz parte integrante do nosso eu. Quando exteriorizado com dignidade, sem vergonha e sem fingimentos, ele é, conjuntamente com o pensamento, a expressão da nossa verdade.
E é por isso que eu canto a vida, todas as manhãs, cedo, quando abro a janela do meu quarto e assisto ao espreguiçar do dia. É mais um, murmuro baixinho...
Todos nós dizemos saber que temos de morrer um dia. Mas se dizer que sabemos, é tarefa fácil, convencermo-nos disso e aceitá-lo sem temor e sem reservas... isso é que é mais difícil!
Entretanto e como nada pode parar os ponteiros do relógio da vida, aproveitemo-la da melhor maneira.
E para aqueles que acreditam que há Vida para além da morte, uma das condições essenciais para ter direito a essa dádiva divina, é tentar seguir o caminho certo, que é, como disse o poeta, "abrindo aos outros o nosso jardim: oferecer aos outros as flores das nossas capacidades e valores..."

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