domingo, setembro 24, 2006

É domingo e chove

Começou o Outono...É domingo, chove, e eu estou triste por dentro. Não sei se já experimentaram essa sensação. É uma espécie de angústia, uma dor sem doer, uma tristeza sem estar triste. É dificil explicar...mas aqui estou tentando dominar esse sentimento...
A chuva abrandou e eu aproveito para ir até ao quintal ver as árvores que choram e espreitar os pardais que se refugiam debaixo da densa folhagem da buganvília...

domingo, setembro 10, 2006

Hoje é Domingo-Errata

Onde se lê «lendemai», deve ler-se «lendemain»

Hoje é Domingo

O dia acordou carrancudo com núvens a esconder o sol. Algumas folhas começam já a perder a cor verde, outras já se desprenderam dos ramos e atapetam o chão. Já cheira a Outono... para mim, a estação mais triste do ano!
Hoje também não estou a 100%. Estou naqueles dias a que os franceses designam por «le lendemain de la veuille» e que numa tradução livre poderemos traduzir por «ressaca». Não, propriamente aquela ressaca que provém de uns copos a mais, mas aquela disposição que nos diz que saímos fora do habitual e que por isso nos faz molengões.
Casamento simples, familiar, sem salamaleques. E vim hoje aqui apenas para registar um cântico entoado durante a celebração e que julgo digno de registo. Perguntei o autor, mas parece ser já muito antigo. Mas é muito bonito...

Se procuras em vão,ser feliz,
Ouve o que diz esta canção:
Se deveras tu queres ser feliz
Hás-de servir teu irmão.

Todo o homem é um jardim ,
Onde se pode colher uma flor.
Todo o homem é nosso irmão.
E se deve tratar com amor.

Tudo te sorrirá, se tu sorrires;
Tudo te cantará, se tu cantares;
Tudo, tudo, tudo te amará,
Se tu servires, se tu amares.

Se te queixas que o mundo vai mal,
Pensa que o Mundo és tu e eu;
Só de pende de nós, afinal
Que o mundo seja melhor.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Anedota

Há anedotas e anedotas... Algumas têm, de facto, umaoportunidade e um humor tão subtil que nos deixam bem disposto. Ora leiam esta que acabei de encontrar:
Há dias quando vinha de Lisboa, sentei-me ao lado de um jovem com os cabelos compridos e com mechas verdes, azuis e vermelhas. Achei estranho, mas nada disse, pois cada um tem o direito de usar o cabelo da maneira que quer.
Pouco depois o comboio parou numa estação e entrou para o mesmo compartimento um velhote de cabelos brancos. Como vi que ele se movia com dificuldade, ajudei-o a subir e dei-lhe o meu lugar.
Ele sentou-se, agradeceu e começou a olhar insistentemente para o moço de cabelos coloridos. E tanto olhou que o rapaz perguntou:
Ouça cá ó avozinho, você quando era jovem nunca fez uma extravagância?
E então o velhinho respondeu calmamente:
-Fiz, sim, meu rapaz. Quando era jovem tive relações sexuais com uma arara e agora ao olhar para o seu cabelo estava pensando com os meus botões: Será que este filho da puta é meu filho?

quarta-feira, setembro 06, 2006

Vida rural

Quarta-feira, dia 6 de Setembro
São 14 horas, o termómetro lá fora, à sombra, marca 34.º Estou a descansar, se é que escrever, é uma maneira de o fazer! Mas para mim é... Perguntarão vossências o que fiz para estar assim esbodegado. Ora vejam o que fiz até agora:
Levantei-me às 7 da matina. Barba, banho, pequeno almço...e às oito, ginásio!
O "ginásio" aqui na aldeia não tem nada a ver com o "ginásio" que vossências frequentam aí nas cidades. Eu explico os exercícios que fiz, ou fizemos hoje, porque a minha cara-metade participa também: Enquanto eu cortei as relvas que circundam a minha casa, ela, a cara-metade, limpou, com sacho, os regos que conduzem as águas de rega. Tempo: 3 horas. Debaixo de uma temperatura respeitável! Às 11 horas, poda de arbustos e de hastes de roseiras que ornamentam as entradas, mas que me arranhavam a careca...
Entretanto, ela, a cara-metade, interrompeu para tomar banho e fazer o almoço... Eu continuo a limpar a máquina e a arrumar as ferramentas... 12 horas, hora do meu banho de água fria. Que bom...
Almoço às 12h30. Ementa? Arroz de bacalhau a correr e salada de tomates que foram apanhados, fresquinhos, aqui ao lado. E que saborosos! Os tomates da aldeia são muito mais saborosos do que os da cidade ( Honni soit qui mal y pense!). E agora, como a jibóia, com o calor que faz lá fora, aqui estou a desmoer...sentado!
É assim a vida de aldeia. Mais monótona, menos trepidante, com vantagens e desvantagens... e com "ginásios" onde se podem fortalecer ou desenferrujar os músculos por pouco dinheiro...
Há tempos que procuro alguém para se encarregar dos trabalhos do quintal. Até agora só recebi uma oferta de um candidato lá das bandas da capital, mas que se ofereceu, apenas, para "capataz". Ora para capataz cá estou eu...Portanto cá vamos "gerindo" isto conforme podemos. E basta por agora. A cara-metade lá está no puzzle e como a água do poço está a correr para o tanque,tenho que ir...porque à tarde é preciso regar. É assim a vida de um aldeão!...

domingo, setembro 03, 2006

Lobos-desabafo

Hoje de manhã vieram pedir-me para escrever qualquer coisa acerca dos prejuizos que os javalis estão a causar nos milharais e em outras culturas.Já escrevi sobre isso e até juntei fotografias que tirei num desses locais por onde os bichos passaram. Tudo destruído... mas ninguém tomou providências. Nem tomam. Hoje os animais irracionais "merecem" mais do que os homens...
A propósito lembro-me do desvio da A24 entre Viseu e Chaves que foi feito para não "invadir" a área de um alcateia de sete lobos. Esse desvio, segundo os jornais, custou ao Estado entre 100 a 150 milhões de euros!
Perante isto, será que as autoridades (?) deste nosso País se preocuparão com os estragos dos javalis causados aos pobres que ainda tentam sobreviver grangeando o necessário para a sua subsistência?...
Chegámos a uma situção tal que é difícil imaginar qual será o fim de tudo isto...
O certo é que os pequenos estão condenados...Até os bichos estão em primeiro lugar!...

sexta-feira, setembro 01, 2006

Começo de mês

Sexta-feira, 1 de Setembro
Começou hoje mais um mês...o tempo foge! Tenho à minha frente o diário do ano passado aberto na página do dia 1 - uma quinta-feira. O Jorge, a Ana e a Mariana estavam cá nesse dia. Tempo quente, escrevi eu. Mais à frente a anotação dos anos da Isabel e da Lurdes do Couto de Mosteiro.Por curiosidade fui buscar o diário de 2004. Nada de anormal a não ser o tempo que, segundo escrevi, estava fosco e fresco...
Hoje está calor. O termómetro marca 30 graus. Telefonámos à Isabel e à Lurdes.
Agora aqui estamos os dois: um no puzzle, outro a matar o tempo, escrevendo nada...
E, assim sendo, vou parar por aqui.